Por Paula Guimarães para Desacato.info
Em frente ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), cerca de quatro mil trabalhadores do poder judiciário catarinense disseram sim à continuidade da greve – que dura 18 dias – na maior assembléia já registrada na história da categoria. O encontro realizado na tarde de ontem (29/04) reuniu servidores da capital e de 103 comarcas do estado. “O pessoal está muito unido. Alguns viajaram mais de 800 quilômetros para chegar até aqui”, afirmou Mauri Raul Costa, integrante do comando de greve e secretário político do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina (Sinjusc).
Os trabalhadores foram unânimes em dar continuidade à greve por tempo indeterminado até que o TJSC atenda todas as reivindicações da categoria. “Essa greve pode ter duração semelhante àquela registrada em 1989, a mais prolongada da história do judiciário, a qual durou quase três meses”, pontua o dirigente.
Mauri explica que o judiciário catarinense é o 3º do país em produtividade e o 23º quando se trata de remuneração. Segundo ele, a morosidade da justiça, tão crítica pela sociedade, é consequência da sobrecarga de trabalho e da falta de estrutura às quais os trabalhadores estão submetidos em sua rotina. “Falta muito pessoal na atividade fim. Em algumas comarcas, três servidores chegam a cuidar de 15 mil processos”, revela.
Reivindicações
Entre as reivindicações, destacam-se o chamado “Novo Plano de Cargos e Salários (NPCS)” e o aumento real. Além da decisão de manutenção da greve, a categoria deliberou por pedir à Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) a rejeição do Projeto de Lei Complementar (PLC) 5/2015, de autoria do TJSC, que concede adicional de nível superior no valor de 50% para os portadores do diploma do curso de Direito que estão em cargos de nível médio. Objetivo é que os valores orçamentários do PLC sejam aplicados no Novo Plano de Cargos e Salários (NPCS) ou no aumento real. Votaram também em transformar o abono de natal em ganho real ou adiantamento do NPCS.
Após a assembleia, a base se dirigiu à Alesc, onde ocorria sessão ordinária, para protestar contra o (PLC) 5/2015. Na sessão, os deputados Valduga, Dresch e Luciane Carminatti (PT) apoiaram a proposta e Carminatti pediu ainda que uma audiência pública fosse realizada para tratar do assunto. Enquanto o tema era pauta da sessão, a direção do SInjusc protocolou e entregou ofício ao presidente da Alesc, Gelson Merisio, reiterando o pedido.
“Servidoras e servidores, continuemos com o movimento. Conversem com seus colegas para que a greve se fortaleça ainda mais. Unam-se. Busquem apoio uns nos outros. Porque juntos somos mais fortes”, defende o secretário de política sindical, Luiz Carlos Ribeiro.
Informações complementares foram extraídas da página do Sinjusc.