Em pelo menos 10 capitais e outras cidades pelo país, servidores foram às ruas nesta quinta-feira (10) para protestar contra iniciativas do governo Bolsonaro que pretendem enfraquecer a prestação de serviços públicos para a população. No Dia Nacional de Luta contra a Reforma Administrativa, sindicatos ligados à CUT também defenderam a continuidade do auxílio emergencial.
O governo já anunciou que não pretende estender o pagamento do auxílio, que se encerra em dezembro, ignorando o recrudescimento da pandemia. Por outro lado, apesar do papel fundamental do SUS para cuidar dos pacientes contaminados pela covid-19, o governo pressiona pela aprovação da reforma administrativa.
A proposta de reforma administrativa, em tramitação no Congresso Nacional, prevê a criação de “gatilhos” para conter o gasto público. São medidas que incluem, dentre outros pontos, a redução de salários e jornadas dos servidores. Na prática, vai acarretar na piora dos serviços prestados à população.
Mobilizações
Em Brasília, os manifestantes se concentraram, no início da manhã, em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal. Depois saíram em carreata pela Esplanada dos Ministérios. O Dia Nacional de Luta se encerrou com um ato em frente ao Congresso Nacional e a exibição de peça teatral Reforma que Deforma. Parlamentares da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público também participaram das ações.
Para o diretor da CUT e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) Pedro Armengol, a sociedade precisa participar da luta em defesa dos serviços públicos. “Quem vai pagar a conta dessa destruição é o povo brasileiro, em especial os mais pobres, que não vão ter mais acesso aos serviços básicos como saúde e educação”, afirmou.
Em São Paulo, os servidores e sindicalistas se manifestaram no Viaduto do Chá, região central da cidade. Em frente à prefeitura, realizaram panfletagem para alertar a população sobre os riscos da reforma. Aracaju, Fortaleza, Florianópolis, Porto Alegre e Recife também registraram atos ao longo da manhã.
Auxílio emergencial
Sobre o fim do auxílio emergencial, Armengol afirmou que a situação social e econômica do país deve se agravar, a partir de janeiro de 2021. “Teremos mais fome, miséria e violência, por isso os servidores públicos abraçam a luta pelo auxílio, principalmente agora, com o aumento do número de contaminados e mortos”.
Estatais
Amanhã (11), o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas e a a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) promovem evento virtual, a partir das 16h, contra as privatizações de empresas públicas. Além dos instituições financeiras, como a própria Caixa e o Banco do Brasil, o governo Bolsonaro prepara as privatizações dos Correios e da Eletrobras.
Durante o ato, será lançado o livro O Futuro é Público, que traz estudo do Transnational Institute (TNI) com informações sobre mais de 1.400 casos bem-sucedidos de remunicipalização em cidades de 58 países ao redor do mundo. Também haverá o lançamento da versão em espanhol do livro O Público em Mãos Públicas. As duas obras foram publicadas pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.