Por Ana Rosa Moreno, Cidade do México, para Desacato.info.
Para as autoridades mexicanas é mais fácil culpar os jogos eletrônicos em vez de fazer uma verdadeira investigação e apontar as razões pelas quais uma criança de onze anos levou uma arma para sua escola e disparou contra seus colegas e professoras.
Em 10 de janeiro, um estudante levou duas armas para o Colégio Cervantes em Torreón, uma escola particular de Coahuila, segundo os informes. Minutos antes do tiroteio o aluno pediu permissão para ir ao banheiro. Como levava muito tempo fora da sala de aula, sua professora foi procurá-lo.De repente, ouviram-se as detonações, o estudante atirou contra os alunos e se suicidou. O saldo: dois mortos e seis feridos.
A notícia do tiroteio em Torreón se alastrou pela mídia e redes sociais por causa das teorias e afirmações sem fundamentos que as autoridades fizeram.
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A principal foi dizer que o menino foi motivado/influenciado por jogar jogos eletrônicos. O governador de Coahuila, Miguel Ángel Riquelme Solís, salientou: “Parece que a criança foi influenciada pelo joguinho eletrônico Natural Selection para cometer os fatos. Os jogos que produzem condutas inadequadas são muitos. O caso do jogo de meninos, que até têm nas camisetas, é o jogo Natural Selection, um jogo muito violento, já dei uma olhada, que além disso te dá uma simulação muito clara de armas de alto calibre. Quando tem práticas de forma profissional, o que mais ajuda são os simuladores. Um simulador ajuda a que os meninos desde muito cedo saibam usar, tenham boa pontaria e, além do mais, lhes dá vontade de fazê-lo um dia dentro de seu âmbito real ou de sua vida social”.
Depois, acrescentaram que o menino estava vestido como um dos atiradores que atentaram contra a vida dos estudantes da escola Columbine, Estados Unidos, em 1999. Nas imagens, ele aparece de calça preta, suspensórios e camiseta branca com a legenda “Natural Selection” em letras pretas.
O presidente da República, Andrés Manuel López Obrador, em um discurso, anunciou que voltarão a implementar a “operação mochila”. Ou seja, revisar as mochilas das crianças para evitar o ingresso de qualquer tipo de arma que possa atentar contra a segurança e vidas dos alunos e alunas e funcionários das instituições de educação.
Ainda, as autoridades encontraram que José Ángel Ramos, avô do menino que atirou contra seus colegas no Colégio Cervantes, era o proprietário das armas que o estudante levou. A Unidade de Inteligência Financeira (UIF) congelou suas contas milionárias.
Realmente se está dando uma solução ou ações que evitem mais uma tragédia nas escolas mexicanas?
Primeiro, não foi realizada uma verdadeira investigação de por que o menino fez o atentado contra a vida de seus colegas e professores. Também não tem um perfil psicológico, pelo contrário, apresentaram informes superficiais e vazios.
Segundo a lógica das autoridades mexicanas, os menores de idade que usam Kirby em Smash têm mais probabilidade de realizar um tiroteio (brincadeira de jogador de vídeo game). E não é defender os jogos eletrônicos; é um convite para refletir como sociedade. E a tarefa também vai para as autoridades para que investiguem e trabalhem os problemas de fundo.
Segundo, existem verdadeiros motivos que levam qualquer criança ou adolescente ou adulto a fazer um atentado contra a vida. Listo alguns: fácil aceso a armas, pouco (o nenhum) acesso a programas de saúde mental, ausência de programas psicológicos nas escolas, pouca (o nenhuma) atenção a problemas de assédio escolar, preconceitos sociais em questões relacionadas à saúde mental, a falta de atenção dos pais/tutores ou a educação que recebem de seus pais e entorno familiar e, por último, a influência que considero mais importante e grave é a “normalização da violência” por situação de insegurança no país. De verdade, vivemos num país onde as violações, desaparições forçadas, execuções e insegurança estão à ordem do dia e ao mesmo tempo um pai fantasia seu filho de sicário arrastando um vulto simulando um morto e noutro canto do país os filhos de minhas vizinhas abandonam a escola e entre eles comentam que gostariam de ter um arma como a do seu primo que faz assaltos no transporte público.
Devem-se levar em conta todas as variantes ou motivos e realizar programas o políticas públicas a nivel sociedad e autoridades em conjunto que puedan evitar este tipo de tragedias e evitar acciones arcaicas e descontextualizadas. E muito importante, a mídia deve evitar publicar textos sensacionalistas ou que só geram desinformação entre o público.
Esse não é o único caso de tiroteio registrado nalguma escola no México. Confira:
Monterrey, 2017. Um estudante de segundo grau utilizou um revólver calibre 22 para disparar contra sua professora e colegas dentro do Colégio Americano do Nordeste, uma instituição privada situada no sul de Monterrey, Nuevo León. Informou-se que a arma era de seu pai e que saía para caçar junto com seu pai.
Azcapotzalco, 2017. Um estudante atirou ao seu colega com uma caneta-revólver no Colégio Nacional de Educação Profissional Técnica (CONALEP) 106, situado em Azcapotzalco, Cidade do México. O jovem disparou a arma que posteriormente foi encontrada e tanto o agressor quanto a vítima aceitaram que foi um acidente.
Atizapán, 2014. Um estudante de 15 anos disparou e asassinou um dos seus colegas com quem teve uma briga dentro de uma escola no estado do México. O agressor conseguiu eludir a operação ‘Mochila Segura’, escondendo a arma na manga da blusa.
Para finalizar deixamos uma reflexão no ar: antes de revisar a mochila também tem que revisar a atenção que damos aos filhos e filhas.
Tradução: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info.
Tiroteo en una escuela mexicana, ¿Se deben culpar a los videojuegos?
Por Ana Rosa Moreno, Cidade do México, para Desacato.info.
Para las autoridades mexicanas es más fácil culpar a los videojuegos en lugar de hacer una verdadera investigación y señalar las razones por las cuales un niño de once años llevó una pistola a su escuela y disparó contra sus compañeros y maestras.
El pasado 10 de enero un menor llevó dos armas al Colegio Cervantes en Torreón, Coahuila, según reportes. Minutos antes del tiroteo el niño pidió permiso para ir al baño y dado que llevaba mucho tiempo fuera del salón, su maestra salió a buscarlo. De repente se escucharon las detonaciones, el menor disparó contra los estudiantes y posteriormente se quitó la vida. El saldo: dos muertos y seis heridos.
La noticia del tiroteo en Torreón prendió como polvorín en todos los medios comunicación y redes sociales debido a las teorías y afirmaciones sin fundamentos que dieron las autoridades ante el hecho.
La principal fue decir que el niño estuvo motivado/influenciado por jugar videojuegos. Abro cita textual: “El gobernador de Coahuila, Miguel Ángel Riquelme Solís, señaló: Al parecer el niño fue influenciado por el videojuego Natural Selection para cometer los hechos. Los juegos que dejan conductas inadecuadas son muchos. El caso del juego de niño, que incluso tienen en la playera, es el juego Natural Selection, un juego muy violento, ya le eché un vistazo, que además te da una simulación muy clara de armas de alto calibre. Cuando hay prácticas de manera profesional, lo que más ayuda son los simuladores. Un simulador ayuda a que los niños desde muy temprana edad la sepan usar, tengan puntería y, además, se les antoja un día hacerlo dentro de su ámbito real o de su vida social”. Cierro cita textual.
Después, agregaron que el menor estaba vestido como uno de los tiradores que atentaron contra las vidas de los estudiantes de la secundaria Columbine, Estados Unidos en 1999. En las imágenes dadas se aprecia al menos vestido con pantalones negros, tirantes y una camiseta color blanco con la leyenda “Natural Selection” en letras negras.
El presidente de la República, Andrés Manuel López Obrador, en un discurso, anunció que se volverá a implementar la operación mochila. Es decir, revisar las mochilas de los niños para evitar el ingreso de cualquier tipo de arma que pudiera atentar contra la seguridad y vidas del alumnado y personal de las instituciones de educación.
Además las autoridades encontraron que José Ángel Ramos, abuelo del niño que disparó contra sus compañeros en el Colegio Cervantes, era el propietario de las armas que el menor llevó. La Unidad de Inteligencia Financiera (UIF) procedió a congelar sus cuentas millonarias.
¿Realmente se está dando una solución o acciones que eviten otra tragedia más en las escuelas mexicanas?
Primero, no hubo una verdadera investigación de por qué el niño atentó contra la vida de sus compañeros y maestros. Tampoco hay un perfil psicológico, al contrario, se dieron informes superficiales y vacíos.
De acuerdo a la lógica de las autoridades mexicanas, los menores que usan a Kirby en Smash tienen más probabilidad de realizar un tiroteo (chiste de gamer). Y no es defender los videojuegos; es una invitación a reflexionar como sociedad. Y la tarea también va para las autoridades para investigar y trabajar los problemas de fondo.
Segundo, existen verdaderos motivos que mueven a cualquier menor, adolescente o adulto a atentar contra la vida. Enumero algunas: fácil acceso a armas, poco (o nulo) acceso a programas de salud mental, ausencia de programas psicológicos en las escuelas, poca (o nula) atención a problemas de bullying, prejuicios sociales en todo lo relacionado a la Salud Mental, la falta de atención de los padres/tutores o la educación que reciben de sus padres y entorno familiar, y por último la influencia que considero más importante y grave es la “normalización de la violencia” por situación de inseguridad en el país. De verdad, vivimos en un país donde las violaciones, desapariciones forzadas, ejecuciones e inseguridad están a la orden del día y al mismo tiempo un padre disfraza a su hijo de sicario arrastrando un bulto simulando un muerto y en otro rincón del país los hijos de mis vecinas abandonan la escuela y entre ellos platican que quisieran tener una pistola como la de su primo que asalta en el transporte público.
Se deben tener en cuenta todas las variantes o motivos y realizar programas o políticas públicas a nivel sociedad y autoridades en conjunto que puedan evitar este tipo de tragedias y evitar acciones arcaicas y descontextualizadas. Y muy importante, los medios de comunicación deben evitar publicar textos amarillistas o que solo generan desinformación entre el público.
Solo por mencionar, este no es el único caso de tiroteo registrado en alguna escuela en México, hago el recuento:
Monterrey, 2017. Un estudiante de secundaria utilizó un revólver calibre 22 para disparar contra su maestra y compañeros de clase dentro del Colegio Americano del Noreste, una institución privada ubicada al sur de Monterrey, Nuevo León. Se informó que el arma era de su padre y que junto a su padre practicaban la cacería.
Azcapotzalco, 2017. Un estudiante le disparó a su compañero de clase con una pistola pluma en el Colegio Nacional de Educación Profesional Técnica (CONALEP) plantel 106, ubicado en Azcapotzalco, en la Ciudad de México. El joven tiró el arma que posteriormente fue encontrada y tanto agresor como víctima aceptaron que se trató de un accidente.
Atizapán, 2014. Un estudiante de 15 años disparó y asesinó a uno de sus compañeros de clase, con quien mantenía una pelea al interior en una escuela ubicada en el Estado de México. El agresor logró burlar el operativo ‘Mochila Segura’, escondiendo el arma en la manga del suéter.
Para finalizar dejamos una reflexión al aire: antes de revisar la mochila también hay que revisar la atención que les damos a los hijos.
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