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“Terra para plantar e terra para morar”: Dia Mundial da Luta pela Terra e em defesa da Reforma Agrária. Entrevista

Imagem: Captura de tela do filme sobre o massacre de Eldorado dos Carajás, dirigido pelo saudoso Pepe Pereira da Silva.

Redação.

No Mural da Manhã, Sofia Andrade e Marina Caixeta conversaram com Vilson Santin, cofundador do MST de Santa Catarina, Daniela Rabaioli, advogada e militante do MST urbano, além de Daltro Sousa, membro da Comuna Amarildo. Eles e ela falaram sobre a data e a situação atual das lutas camponesas pela Reforma Agrária no Brasil.

A agenda de atividades lembrando os 40 anos de luta do MST ocupará os próximos dias em Santa Catarina e no Brasil.

Vilson Santin lembrou que “o latifúndio é resultado de mais de 350 anos de colonização e se mantém até hoje intacto graças à revolução industrial burguesa. A concentração da terra permanece quase intacta”, afirmou. “A classe política burguesa sempre foi e é majoritária no Brasil. Só saem defender seus interesses, tanto na mídia, como no judiciário e no Congresso Nacional.” “Nós não vamos esquecer jamais o massacre de Eldorado dos Carajás, mesmo que mais ninguém fique sem terra no Brasil. Essa fato nunca esqueceremos em homenagem aos que tombaram na luta pelo direito à terra.”

Nos últimos dias o governo Lula adiantou os projetos do seu governo sobre novos assentamentos. Segundo Daltro Sousa, “o MST talvez seja a maior ferramenta de luta que hoje temos no país.” “O programa apresentado pelo presidente Lula é modesto, mas é um avanço e vai sanar alguns dos problemas, mas, o governo precisa entender melhor o processo da Reforma Agrária que vem romper com a grilagem e a especulação imobiliária em todo o país. Por outro lado, a gente precisa entender todo o ataque que vem do Congresso Nacional da bancada que defende os interesses do agronegócio e o que se observa é uma regressão que sofremos e as ameaças das lutas históricas estão sobre ameaça” afirmou Daltro do assentamento da Comuna Amarildo, em Santa Catarina.

“O termo ‘Abril Vermelho’ foi criado pela mídia brasileira como forma de atingir negativamente no imaginário popular a mobilização pela terra, mas, ele é reconhecido como o Dia da Luta Camponesa no mundo todo e incluído por lei como Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária no governo de Fernando Henrique Cardoso. Por isso é necessário afirmar que a luta do MST pela democratização da terra não é um crime, é um direito. Ter acesso a terra implica em luta pelos direitos à saude, à educação, à moradia, ao transporte.” Afirma a advogada Daniela Rabaioli.

“Ninguém invade terras, o que as pessoas fazem é ocupar terras ociosas para que o estado brasileiro cumpra como que está previsto e é o obrigação constitucional de realizar a Reforma Agrária. Falamos da recuperação de terras que não cumprem com o serviço social que a terra tem e os proprietários são indenizados pelo próprio estado. Não é qualquer família que usufrui o direito de assentamento, o que recebe é uma concessão de uso, e as terras continuam sendo da União. Isto não se dá à revelia de tal ou qual simpatia com a Reforma Agrária, é uma obrigação, e para isso é necessário que o estado tenha um orçamento suficiente para tanto, porém, nos últimos anos o dinheiro à dispoisção tem caído muito” salientou no Mural da Manhã, a advogada Rabaioli.

Assista à entrevista completa a partir do seu início clicando no vídeo abaixo: 

 

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