Semear, cultivar, cuidar, observar a semente germinando e brotando, tornando-se potência, vida que se faz notar.
Atenção redobrada, aquela semente que descansava no útero da terra torna-se natureza nova e com ela criam-se outras necessidades.
No clima, quando chove muito ou pouco, se há calor em demasia, ou frio congelante, tudo, nessa fase, afeta o desenvolvimento.
Ao redor, outros pequenos seres, que precisam se alimentar, movem-se, flertam, tocam, mordem, sugam a seiva que revigora.
A plantinha vinga e se fortalece, forma tronco, caules, folhas viçosas e as flores, vívidas, multicores, perfumadas atraem as aves, insetos, abelhas e borboletas.
O ambiente se torna espaço de fertilidade e despontam os primeiros frutos, a planta, numa atitude de reciprocidade, oferta à mãe terra alimentos e infindas sementes.
Do grão à farinha manuseada por mulheres e homens, em gestos de bênçãos, preparam o pão que sacia a fome de irmãs e irmãos.
Pessoas, uma multidão delas, seguem a caminho, numa jornada desafiadora, mas prosseguindo em comunhão, na Romaria da Terra, pelo Bem Viver de todos e não para o privilégio de alguns.
Porto Alegre, 23 de setembro de 2022.
Roberto Liebgott
Cimi Sul- Equipe Porto Alegre.
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