O 22º Encontro do Foro de São Paulo terminou neste domingo (26) em El Salvador com uma declaração final na qual aprofunda as ações dos partidos e movimentos de esquerda e sociais para avançar nas mudanças a favor dos povos.
No encerramento do encontro, o secretário geral da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), Medardo González, leu a Declaração de San Salvador, que define 23 pontos sobre os diversos temas debatidos em três dias de trabalho.
“A América Latina e o Caribe estão nestes momentos e continuarão à frente da luta dos povos por uma sociedade com justiça e liberdade sem exploração nem opressão”, assinala o último ponto desta Declaração.
“Uma luta na qual os povos, suas organizações políticas e sociais e os governos que defendem os interesses populares enfrentam as forças mais poderosas do mundo, mas os poderios econômico e militar não poderão derrotar o poder da razão das ideias e os mais elevados valores da humanidade”, acrescenta.
No ponto sete da Declaração, o Foro de São Paulo destaca a heroica vitória da Revolução cubana em sua batalha de mais de meio século frente a agressividade do imperialismo norte-americano, com o reconhecimento pelos Estados Unidos da derrota de sua política em face do país caribenho e o início do processo de normalização de relações.
O Foro reconhece como uma vitória continental o acordo histórico entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo para o cessar-fogo bilateral, resultado de uma luta heroica e tenaz frente ao terrorismo de Estado imposto por uma direita criminosa e genocida.
O Foro de São Paulo rechaça os intentos militaristas na região e propugna a defesa da América Latina e Caribe como zona de paz, tal como foi proclamada pela Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).
A Declaração considera a Revolução Bolivariana da Venezuela como uma vitória permanente e estratégica na luta pela liberdade de nossos povos, a qual atravessa investidas brutais da oligarquia apátrida e o imperialismo, pelo que constitui um desafio para as forças de esquerda.
A Declaração defende a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América e a Petrocaribe e destaca no caso da Nicarágua, o crescente apoio ao processo conduzido pela Frente Sandinista de Libertação Nacional, liderado por Daniel Ortega.
O texto sublinha que os partidos de esquerda e progressistas devem seguir trabalhando para alcançar uma saída da Bolívia para o mar, em diálogo com o Chile.
O Foro de São Paulo condenou o governo golpista de Michel Temer e demanda o retorno da legítima presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. “No Brasil, o golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff é parte da contraofensiva imperial que será derrotada pelas forças populares em todo o continente. Apoiados pelos meios de comunicação, setores do aparato do Estado e do poder econômico nacional e internacional montaram o julgamento político no Brasil que é um golpe contra a democracia, os direitos sociais, a soberania nacional e a integração da América Latina e Caribe. O Foro de São Paulo expressa ao povo brasileiro sua irrestrita solidariedade na luta que é de todo o continente, contra o golpe de Estado, pela democracia e a defesa das conquistas sociais do povo brasileiro sob os governos do PT e seus aliados, encabeçados por Lula e Dilma, e somamos nossa voz a todos aqueles que em todo o mundo, rechaçam o ilegítimo governo golpista e demandamos o retorno da presidenta legitimamente eleita”, afirma a Declaração final.
O documento destaca o reconhecimento ao governo de El Salvador e à FMLN por suas efetivas políticas sociais que permitiram reduzir a pobreza, a desigualdade e enfrentar a delinquência.
Redação de Resistência com Prensa Latina.
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Fonte: Resistência.