O que mais, nestes tempos, podemos dizer, escrever ou fazer, depois de lutar, denunciar, indignar, exigir, acreditar, sonhar e esperançar?
Jamais desistir ou se amedrontar, acovardar, ignorar, ceder, ou se deixar levar, seduzir, cooptar.
É preciso semear, organizar, refletir, dialogar, avaliar, planejar, articular, radicalizar o bem e revolucionar no combate ao mal.
Romper cercas, partilhar terras, repartir os pães, aterrar abismos, respeitar a todas e todos nas diversidades e diferenças, nos modos de ser e viver as culturas, crenças e tradições.
E, somente depois, colheremos frutos, celebraremos a paz, abrindo caminhos livres da tirania desenhada e reproduzida nos palcos da política e da economia.
Veremos, então, encantadas e encantados, que eles – golpistas, colonizadores e genocidas passarão, e nós, como dizia o poeta Mário Quintana, passarinhos.
Porto Alegre, 16 de agosto de 2022