Temer trocará software livre por programas pagos em todo governo

Por Diogo Antonio Rodrigues.

Nos próximos dias, toda a estrutura e a política de TI (Tecnologia da Informação) do governo brasileiro vai mudar de maneira radical. Durante os mandatos de Lula e Dilma, a estratégia privilegiou o uso de softwares livre nos órgãos do governo. Temer sinalizou que isso não ocorrerá mais ao instituir que os órgãos do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP) têm até 11 de novembro para indicar de quais programas da Microsoft vão precisar para continuar trabalhando. Um dos motivos apontados para a mudança seria proteger os sistemas nacionais de hackers, algo que é questionado por muitos especialistas da área. Pode parecer uma decisão de impacto limitado, mas trata-se de uma grande guinada. Desde 2003 não havia uma compra tão grande de produtos da Microsoft.

Coincidência ou não, a Microsoft realizou um evento com o governo federal dias antes da orientação de compra dos produtos da empresa ser divulgada. O Brasil vai analisar se coopera com a empresa em sua iniciativa de transparência, recém-inaugurada aqui. Estiveram no evento o ministro da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rolemberg e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

A política dos governos brasileiros desde 2003, foi a de privilegiar o software livre, que é “uma opção estratégica do Governo Federal para reduzir custos, ampliar a concorrência, gerar empregos e desenvolver o conhecimento e a inteligência do país na área”, segundo o site Governo Eletrônico.

A troca promovida pelo governo Temer terá efeitos a longo prazo. Em primeiro lugar, irá desarticular a política de software livre em vigor. A demanda por produtos abertos cairá e enfraquecerá a comunidade de desenvolvedores que se formou por conta dessa estratégia. Além disso, os dados estarão em plataformas fechadas, o que afetará a transparência governamental e impedirá a criação de novas ferramentas a partir de necessidades específicas. Dependeremos do que a Microsoft tiver a oferecer – e do que for compatível com os produtos dela.

Fonte: Alerta Social.

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