Por Mário Augusto Jakobskind.
Era comum em outras épocas quando se falava da Argentina em comparação com o Brasil se responder “eu sou você amanhã”, referindo-se a um ou a outro país. Mas agora isso entrou em desuso, porque nada mais igual nos tempos atuais do que Argentina e Brasil com governos que executam o mesmo tipo de política econômica que leva os respectivos países a um retrocesso sem tamanho e afeta negativamente a vida dos trabalhadores.
As reformas trabalhistas e previdenciárias propostas e defendidas ardorosamente pelo Ministro da Fazenda Henrique Meireles em reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) são exemplos nesse sentido. O golpista Michel Temer, possivelmente pressionado por Meireles e ele pelo FMI, decidiu que a reforma da Previdência tem de ser aprovada pelos seus áulicos da base aliada de qualquer maneira e como está.
Enquanto isso, na Argentina, o povo está preocupado diante da situação econômica, tanto pela inflação como a perda do emprego e que o dinheiro não dá até o fim do mês. Ou seja, cada vez mais mês no fim do salário.
É o que revela recente pesquisa realizada no país vizinho pelo Centro de Estudos de Opinião Pública (Ceop). Como as eleições por lá se aproximam, não será nenhuma surpresa se a política de Macri for repelida pela maioria dos argentinos, até porque as pesquisas indicam que 45% dos eleitores garantem que a economia é um fator decisivo na hora de votar.
No Brasil, o governo golpista que quer a aprovação imediata das reformas lesivas aos trabalhadores está a cada dia sendo repelido pela opinião pública, como indicam as mais recentes pesquisas em que o ilegítimo Presidente Temer tem o apoio de 5% da população.
Por estas e ainda outras, nada mais próximo atualmente que a rejeição aos governos de Macri e Temer, que estão agindo da mesma forma em matéria de retrocesso e até de subserviência em matéria de interesse econômicos externos. Os dois presidentes estão alinhados em tudo, inclusive em apoio incondicional às forças internas venezuelanas que querem de qualquer jeito derrubar o governo constitucional para colocar em prática exatamente o mesmo tipo de política econômica do golpista Temer e de Macri com o apoio incondicional da mídia comercial conservadora.
Nesse sentido, caiu em desuso o refrão “eu sou você amanhã”, valendo um novo refrão do tipo “estamos juntos agora contra os trabalhadores” e em defesa do empresariado. O golpista Temer nem mais esconde o fato de que quando consulta algum setor da sociedade só convoca os empresários. Macri não faz diferente.
Assim caminham para trás o Brasil com Temer e a Argentina presidida por Macri. Resta aguardar as vozes das ruas, seja através de greves gerais de protesto ou nas urnas, como acontecerá brevemente na Argentina. E se no Brasil fosse decidido que se consultaria ainda este ano a opinião dos eleitores, certamente o golpista Temer seria repelido, como já demonstram as pesquisas.
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Mário Augusto Jakobskind é jornalista e escritor. Foi colaborador de “O Pasquim” e redator e editor, no Rio de Janeiro, da revista “Versus”, a primeira publicação de caráter latino¬americano publicada no Brasil.
Fonte: Renato Rabelo.