O presidente Michel Temer (MDB) anunciou, em pronunciamento ao vivo pela TV nesta sexta-feira (25), que acionará as forças federais de segurança –Exército, Aeronáutica, Marinha e Polícia Rodoviária Federal– para dispersar a paralisação nacional dos caminhoneiros.
Em cinco dias, a greve dos transportes causou desabastecimento de comida em supermercados e de gasolina em postos por todo o país, causando filas, tumultos e a redução da circulação de ônibus.
“O governo teve a coragem de fazer o diálogo, e agora terá a coragem de exercer sua autoridade”, afirmou Temer, que classificou de “minoria radical” os caminhoneiros que seguem paralisados mesmo após acordo do governo com um dos sindicatos que representam a categoria.
Nas rodovias, os caminhoneiros afirmam que não são representados pelo sindicato e não se sentem contemplados pelo acordo com o governo.
O decreto que autorizará a ação das forças federais de segurança será publicado na tarde desta sexta-feira, e, de acordo com informações antecipadas a parte da imprensa, autorizará multas e prisão de caminhoneiros que não retornem ao trabalho, além de autorizar o exército a tomar caminhões e dirigi-los, caso os motoristas se recusem.
Acordo
O acordo assinado entre o governo e representantes de entidades sindicais que representam os caminhoneiros é rechaçado pelos motoristas, principalmente, pelo ponto que decide pela redução de 10% do preço do diesel por período de 30 dias. Confira os demais pontos da tentativa de acordo com os caminhoneiros:
– Preço do diesel será reduzido em 10% nas refinarias e ficará fixo por 30 dias. Nesse período, o valor referência será de R$ 2,10 nas refinarias. Os custos da primeira quinzena com a redução, estimados em R$ 350 milhões, serão arcados pela Petrobras. As despesas dos 15 dias restantes ficarão com a União como compensação à petrolífera.
– A cada 30 dias, o preço do diesel na refinaria será ajustado conforme a política de preços da Petrobras e fixado por mais um mês.
– A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai contratar caminhoneiros autônomos para atender até 30% da demanda de frete. O governo editará uma medida provisória no prazo de 15 dias.
– Não haverá reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário de cargas
– Tabela de frete será reeditada em 1º de junho e, a partir daí, ajustada a cada três meses pela ANTT
– Alíquota da Cide será zerada em 2018 sobre o diesel
– Isenção do pedágio para caminhões que circulam vazios (eixo suspenso)
– Ações judiciais contrárias ao movimento serão extintas
– Multas aplicadas aos caminhoneiros em decorrência da paralisação serão negociadas com órgãos de trânsito
– Entidades e governo terão reuniões periódicas a cada 15 dias
– Petrobras irá incentivar que empresas contratadas para transporte dêem oportunidade aos caminhoneiros autônomos, como terceirizados, nas operações de transporte de cargo
– Solicitar à Petrobras que seja observada resolução da ANTT 420, de 2004, sobre renovação da frota nas contratações de transporte rodoviário de carga
Agora que os empresários milionários conseguiram botar na conta da população a manutenção (e inclusive majoração) dos seus lucros deixou de ser lockout e passou a ser mesmo greve, a qual o governo vai tratar como de costume: na base da força bruta. Nada de novo sob o sol nesse Brasil varonil governado por fascínoras!