Inspirada em notícias reais das superlotações nas prisões infantis do leste europeu e do processo de gentrificação que cidades passam para abrigar grandes eventos, a peça estreou no Canadá em 2007 e ganhou os prêmios Louise LaHaye e AbitibiBowater de Melhor Texto. Na Alemanha, recebeu o Deutscher Jugendtherpreis. O texto já foi encenado também na França, Hungria e México. Pela primeira vez na história da obra internacional, os personagens serão vividos por atores negros. Sol Menezzes (da série Dois Tempos e da peça Perfeita) e Victor Liam (da série Da Ponte Pra Lá) são os escolhidos para recontar a emocionante história do autor canadense Daniel Danis.
A versão brasileira, traduzida e dirigida por Luh Maza, estreou em 2016, ano dos Jogos Olímpicos por aqui, e se apresentou em São Paulo (capital e cidades do interior), Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina. Recebeu os prêmios Aplauso Brasil e SP de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem, além de ser indicada ao prêmio Cenym. Em destaque, o conceito de Coreografia Dramatúrgica, criado pela diretora para definir seus desenhos cênicos marcados pela forte fisicalidade não-convencional, que faz os intérpretes dançarem suas marcas ao som do texto que falam.
“Kiwi” conta a história de uma órfã de 12 anos que vive sob os cuidados de seus tios na periferia de uma grande metrópole. Com a chegada dos Jogos Olímpicos, as autoridades realizam uma limpeza social para a construção de estádios e outros edifícios para o evento. Moradias são destruídas, moradores expulsos e miseráveis exterminados. A garota é abandonada por seus parentes em uma praça pública e é levada pela polícia. No abrigo-prisão ela conhece uma jovem que a convida para fugir com ela e seus amigos, um grupo de crianças e adolescentes em situação de rua que vivem juntos e se ajudam como uma grande família.
Para pertencer ao clã, a garota é rebatizada: Kiwi, e terá a proteção do Lichia. Nesta jornada, Kiwi descobre tudo que pode ser necessário para sobreviver nas ruas: roubos, uso e venda de drogas e até a prostituição infantil. Só uma regra deve ser seguida pelos jovens que escolhem codinomes de frutas e legumes: jamais matar! Mas quando o Lichia vê sua amada Kiwi em perigo, acaba colocando todos em risco, iniciando uma nova fase de desafios para a garota.
A encenação brasileira usa de referências aos esportes, como o xadrez (a mente) e a corrida (o corpo) e trabalha a dualidade entre o teatro narrativo e a chave dramática da interpretação, com os personagens contando o que sentem, ou sentindo o que contam – preservando um espaço fundamental para o imaginário do espectador. Os atores ficam em cena o tempo todo dentro do cenário também de Luh Maza: uma espécie de tabuleiro suspenso formado por placas de metal com pichações reais delimitado por luzes frias (a iluminação também é da diretora).
Serviço
Temporada: de 28/3 a 12/4, sextas e sábados, às 17h
Local: Teatro do Sesc 24 de Maio. Rua 24 de maio, 109, República, São Paulo (350 metros da estação República do metrô).
Lotação: 249 lugares
Gênero: Drama
Classificação: 12 anos
Duração: 60 min
Ingressos: no site sescsp.org.br ou através do aplicativo Credencial Sesc nas unidades do Sesc SP a partir do dia 19/3 – R$50 (inteira), R$25 (meia) e R$15 (Credencial Sesc).
Serviço de Van: Transporte gratuito até as estações de metrô República e Anhangabaú. Saídas da portaria a cada 30 minutos, de terça a sábado, das 20h às 23h, e aos domingos e feriados, das 18h às 21h.
Link do espetáculo: https://www.
Ficha técnica
Direção, tradução, cenário e iluminação: Luh Maza
Texto: Daniel Danis
Elenco: Sol Menezzes e Victor Liam
Diretora-assistente: Náshara Silveira
Direcionamento corporal: Castilho
Direcionamento vocal: Dani Nega
Música original: Morris
Figurino: Anne Cerutti
Ilustração: André Kitagawa
Fotos de divulgação: Bob Sousa
Produção executiva: Berenice Haddad
Produção administrativa: Cristiani Zonzini
Produtora responsável: Maza Filmes e Produções
