Por Isabella Macedo.
O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, deve assumir o Ministério da Saúde nos próximos dias. Com a saída de Ricardo Barros (PP) da pasta para concorrer à reeleição como deputado federal, Occhi é dado como nome certo para o comando da Saúde na cota do PP. O advogado já comandou os ministérios da Integração Nacional e das Cidades no governo Dilma Rousseff.
Caso sua nomeação seja confirmada, ele se juntará ao presidente Michel Temer e a outros integrantes do primeiro escalão do governo federal que estão na mira da Operação Lava Jato. Ele foi apontado pelo delator Lúcio Bolonha Funaro como intermediário de propinas para o MDB. Occhi e ex-integrantes da cúpula da Caixa são investigados pelo Ministério Público pela suspeita de auxiliar o grupo do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) e do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) a viabilizar operações do banco nas quais, segundo os investigadores, houve pagamento de suborno.
Funaro, em seu depoimento ao Ministério Público, afirmou que Occhi de tinha uma “meta de propina” a cumprir quando era vice-presidente de Governo na Caixa. Quando as investigações foram abertas, o presidente da Caixa negou todas as acusações. Por meio da assessoria de imprensa, a Caixa informou que não se manifestará sobre a possível saída de seu presidente.
Ricardo Barros deixa o comando da Saúde para reassumir sua cadeira na Câmara no dia 28 de março, a pouco mais de uma semana para o fim do prazo de desincompatibilização. Ele será o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO).
O paranaense deixa o ministério após ser alvo de representações na Procuradoria Geral da República para abertura de investigação sobre a compra de medicamentos para pacientes que sofrem de hemofilia fora da parceria com a Hemobras, estatal criada para fornecer esse tipo de medicamento.