Submissão de Bolsonaro a Trump custa caro: exportações do Brasil aos EUA caem 32%

Foto: Alan Santos/PR

247 – As vendas brasileiras aos Estados Unidos caíram 32%, ao passar de US$ 19,8 bilhões entre janeiro e agosto de 2019 para US$ 13,4 bilhões no mesmo período de 2020, tendo petróleo e semimanufaturados como principais itens. O déficit na balança comercial entre os dois países fechou em mais de US$ 3 bilhões negativos para o Brasil até agosto, contra apenas pouco mais de 200 milhões negativos no ano passado. Os dados foram divulgados pelo jornal El País.

Os negócios com a China, segunda maior potência econômica mundial, aumentaram quase 6%. Criticados por Jair Bolsonaro, os chineses são o maior parceiro comercial brasileiro e os negócios entre os dois países giraram em torno de US$ 69,1 bilhões (cerca de R$ 380 bilhões), com saldo para o Brasil em alta – cerca de US$ 25,5 bilhões. Os EUA são o segundo, com US$ 29,8 bilhões (R$ 164,2 bilhões aproximadamente).

Os dados apontaram para uma falta de rumo na política externa brasileira. Jair Bolsonaro demonstrou em várias ocasiões a sua submissão ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por motivos como algumas posições em comum, como, por exemplo, a pena de morte para traficantes e outras colocações extremistas, além da abertura do mercado a investidores americanos.

Um dos sinais mais recentes da subserviência a Trump foi dado no mês passado, no Fórum Econômico Mundial de Davos. “Temos muita riqueza na Amazônia e eu adoraria explorar essa riqueza com os Estados Unidos”, disse Bolsonaro (vídeo abaixo).

Dando continuidade a uma política que destrói a indústria e fere a soberania nacional, o governo Bolsonaro aprovou, neste mês, uma cota de isenção tarifária para a importação de 187,5 milhões de litros de etanol dos Estados Unidos.

No âmbito militar, o Brasil entregou a base de Alcântara, no Maranhão, aos EUA. Outro detalhe é que o general de brigada Alcides Valeriano de Faria Júnior, ocupa o cargo de subcomandante de interoperabilidade do Comando Sul, unidade militar dos EUA que coordena os interesses estratégicos do país na América do Sul, na América Central e no Caribe. Ou seja, pela primeira vez, um general brasileiro ficou subordinado ao Exército estadunidense.

 

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