Nas horas seguintes à confirmação da morte de Teori Zavascki, ministros do Supremo Tribunal Federal avaliavam que a Lava Jato vai, sim, desacelerar. Afora a espera pela definição de um novo relator dos processos, afirmam que Teori carregava consigo toda a memória da operação desde o seu início, há mais de dois anos, e que demorará até que o próximo titular da caneta se inteire da complexidade do caso. “Atingiu-se o coração da Lava Jato”, resume um ministro da corte.
A informação é de Natuza Nery, publicada no jornal Folha de S. Paulo, 20-01-2017.
Outro integrante da corte, confrontado com a hipótese de sabotagem, disse preferir não acreditar em teoria da conspiração. “Seria diabólico demais.”
No Planalto, Michel Temer foi aconselhado a não tardar muito para indicar o substituto de Teori no Supremo. Um dos auxiliares do presidente diz que “o momento exige celeridade”.
Outro auxiliar próximo de Temer avalia que, apesar de todos os conselhos, a decisão pode não ser tão imediata. “Quando começa a pensar, um nome leva a outro e aí já viu…”, especula.
Ainda segundo a jornalista, na avaliação de advogados que atuam na operação, o atraso no processo deve estimular vazamentos das delações, prestes a se tornarem públicas.
A jornalista também recorda que quando Temer decidiu tornar Alexandre de Moraes chefe da Advocacia-Geral da União — antes de nomeá-lo seu ministro da Justiça –, lembrou a alguns aliados que a carreira era uma espécie de caminho natural para uma vaga no Supremo.
Segundo ela, ministros da Esplanada defendem sua indicação. Auxiliares do presidente dizem, no entanto, que o turbilhão político em que se meteu, principalmente com a crise dos presídios, dificulta sua escolha.
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Foto: Jornal do Brasil
Fonte: IHU Unisinos.