Por Tissiane Vicentin.
Atualmente, uma porção de cursos da área da saúde– entre eles Biologia e Ciências Biomédicas – ainda utiliza animais vivos para a realização de pesquisas. Em uma tentativa de acabar com essa situação, o deputado estadual Feliciano Filho propôs um projeto de lei, o PL 706/12, que “restringe a utilização de animais em atividades de ensino no Estado de São Paulo”.
Mas eis que o governador do Estado, Geraldo Alckmin, vetou o projeto, que já havia sido aprovado pela Assembleia Legislativa paulista.
“Embora reconheça os nobres objetivos do legislador, inspirados na incensurável preocupação com o bem-estar animal e a observância de preceitos éticos no seu uso em atividades de ensino e formação profissional, vejo-me compelido a recusar sanção projeto”, disse o governador em texto publicado pelo Diário Oficial.
Um dos motivos para a recusa, teria afirmado o governador, é que a questão já está sendo endereçada pela Lei 11.794/2008, que tem abrangência federal e busca estabelecer parâmetros humanitários para o uso de bichinhos dentro de universidades para fins de ensino e pesquisa. O decreto 6.899/2009, que institui o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal, o Concea, também foi lembrado por Alckmin.
Nos bastidores, no entanto, sabe-se que alguns reitores de universidades estaduais solicitaram o veto ao PL 706/12, bem como o Conselho Regional de Medicina Veterinária.
Em entrevista ao Globo Rural, José Antonio Visintino, diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, se mostrou a favor do uso de animais vivos em sala de aula e argumentou que não haveria como preparar os alunos para situações reais – como cirurgias, inseminação artificial e cesárias – de outra forma que não essa.
Já a também professora da universidade Julia Maria Matera, defende o projeto de Feliciano, afirmando que já existem sim outros métodos para ensino. Ela mesma utiliza uma técnica em sala de aula chamada de solução de Larssen, que usa de texturas e cores, entre outros artifícios, para imitar um animal vivo.
Enquanto não chegam a um consenso, dia após dias animais são torturados em prol da chamada “evolução” do homem. É só pra gente que isso não faz sentido?
Fonte: TheGreenestpost.