Somos 60.000 professores, neste estado, e exigimos RESPEITO!

    Por Elivane Secchi.*

    Sobre o assalto ao ônibus, ocorrido no último dia 24 de novembro, muitas teses foram levantadas a respeito do ocorrido: “foi por engano, pensaram que se tratava de ônibus de turistas, lojistas, etc. Jamais assaltariam, se soubessem que são professores”. Surgiram até algumas brincadeiras, claro, sem maldade, a respeito do caso, como “os assaltantes se deram mal”.

    Porém, caríssimos colegas, não podemos esquecer que foi um assalto, os assaltantes estavam armados até os dentes, não foi brincadeira! Foi muito sério! Nossos colegas poderiam ter se ferido, perdido a vida. Realmente, não roubaram muito, mas o que ainda falta nos tirar? A dignidade? Estamos sendo tratados com desrespeito, com indiferença, com descaso, com ignorância, nas estradas, na Assembleia Legislativa, nas páginas de muitos blogueiros safados e oportunistas, sem contar que, em muitas escolas, somos tratados com descaso pelos próprios “colegas”.

    Os professores assaltados no ônibus lutam por toda a categoria, por uma carreira digna, indo e vindo de Florianópolis, praticamente a cada semana, sendo zombados pelos senhores deputados. Sim, alguns são os mesmos parlamentares que muitos professores votaram, colocaram adesivos de campanha eleitoral nos carros, e, em alguns casos, me desculpem a aspereza, idolatram, como se santos fossem. E ainda tivemos de ouvir, de um deputado sem educação (não é digno dos professores que teve), a seguinte frase: “Graças a Deus, os filhos dos senhores (se referindo às pessoas que estavam no plenário) não são atendidos por estes professores!” Escutamos mais: “Professores estão instigando a homossexualidade na escola, vão obrigar os meninos a usar batom”. E que somos “os destruidores das famílias brasileiras”. Sim, isso mesmo, desta forma, lamentavelmente, fomos tratados, na “casa do povo”.

    Pois é, meus companheiros, parece-me que tudo o que aprendi e ensinei, durante toda minha vida, começa a perder o sentido, infelizmente. Neste momento, só vejo uma saída: ou reagimos (com nossa presença, não só com nosso veneno), ou estes companheiros, que estão sempre na luta por todos, serão massacrados, tratorados, enxovalhados, e isso atingirá, com certeza, toda a categoria.

    É o Plano de Cargos e Salários que será votado, nos próximos dias! Conclamo, assim, a todos/as: na próxima terça-feira (1º/12), fechemos as escolas, vamos paralisar, e vamos à ALESC, para mostrar que somos 60.000 professores, neste Estado, e exigimos RESPEITO!

    Elivane Secchi

    Coordenadora Regional

    SINTE Palmitos

    * Professora e Secretária de Política Social da CUT-SC.

    Fonte: CUT-SC.

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