(Em galego).
Galiza – Diário Liberdade – O linchamento mediático continua. Mais de 100 pessoas solidárias em Vigo.
A concentraçom solidária convocada polo organismo antirrepressivo Ceivar em Vigo, no serám de ontem, juntou mais de cem pessoas no Museu de Arte Contemporánea da cidade. A Polícia Espanhola marcou presença, apesar do pacífico do protesto. Também se convocou umha concentraçom em Lugo, para as 20:30 horas.
Com umha faixa em que se lia “Stop repressom política. Xurxo, Diego, Carlos, Koala: Liberdade!” as e os assistentes demonstrárom a sua solidariedade com as quatro pessoas que continuam detidas pola polícia espanhola -o quinto detido foi libertado às poucas horas sem qualquer classe de acusaçom.
O ordenamento jurídico espanhol, de autêntica exceçom quando há motivaçom política em qualquer classe de alegada açom, permitirá que as pessoas detidas podam passar até três anos na cadeia antes de receberem um julgamento na Audiência Nacional espanhola -instituiçom muitas vezes colocada em dúvida por ser herdeira direta do franquista Tribunal de Orden Público.
Mas nem só: durante esse tempo, a norma dita que os e as detidas permanecerám em prisons afastadas do seu lugar de residência, dificultando ou impossibilitando o contato com amizades e familiares. Essa é umha prática várias vezes classificada de contrária aos Direitos Humanos por entidades internacionais de todo o tipo.
Até agora, as pessoas detidas permanecem incomunicadas -nom tivérom direito a contato com advogados nem familiares. Durante o período de incomunicaçom, que o Estado espanhol pode alargar por 120 horas, som habituais denúncias de torturas físicas e psicológicas.
Xurxo Rodrigues denuncia maus tratos da Guarda Civil durante a incomunicaçom
Umha das pessoas sob detençom incomunicada, Xurxo Rodrigues, conseguiu falar com familiares durante o registo ao seu domicílio em Vigo, segundo noticia o digital Galizalivre. Segundo essa mesma fonte, nesse breve contato com familiares, e com o rosto visivelmente inchado, Xurxo terá denunciado umha surra da Guarda Civil espanhola, um dos corpos que participou no operativo, e cujos membros terám propinado vários socos ao jovem. O observatório de Direitos Humanos Esculca já pediu à Audiência Nacional do país vizinho, que dirige a açom conjunta da chamada “Polícia Nacional” e a Guarda Civil, que retire a incomunicaçom aos quatro independentistas.
Poderiam passar hoje e amanhá à Audiência Nacional
Segundo fontes dos advogados de Ceivar, na manhá desta terça-feira passaria a declarar perante a corte Carlos Calvo, enquanto na manhá da quarta-feira o fariam os outros três detidos. Convém lembrar que isso acontece após dias privados de qualquer assessoramento legal.
Golpe a meios de comunicaçom e solidariedade
Também os meios de comunicaçom nom submissos sofrêrom o golpe repressivo. Assim, Carlos Calvo, membro do Conselho de Redaçom do Novas da Galiza, é umha das pessoas sob detençom. O Novas denuncia que é “vítima da excecionalidade que o Estado reserva para quem se atreve a pôr em dúvida a sua ordem constitucional”. A Candidatura do Povo expressou a sua “preocupaçom” polo estado de Calvo, dada a incomunicaçom em que se encontra.
Nos últimos dias também AMI, Briga, Candidatura do Povo, Causa Galiza, Nós-UP e toda classe de entidades sociais mostrárom a sua solidariedade com as novas vítimas do Estado espanhol e criticárom duramente a desinformaçom por volta do caso.
Já há veredito da media comercial
Embora o jugamento na corte poda demorar anos a chegar, o veredito da media comercial e do governo espanhol já foi ditado, sem esperarem qualquer classe de prova ou alegato: culpados, “terroristas independentistas radicais” que “preparavam um atentado iminente” da “resistência galega”. Nessa estratégia também está a participar a companhia de Rádio e Televisom pública da Galiza. O argumento sob o qual se realizárom concretamente as detençons deste fim de semana em Vigo foi o ataque, há algumhas semanas, a infraestruturas de comunicaçom no Monte Sam Paio.
Mesmo M.P.G., libertado às poucas horas, continua no olho do furacám. Primeiro, os jornais comerciais demorárom quase 24 horas a publicaçom da notícia sobre a inexistência de qualquer dado que justificasse a sua detençom e, portanto, a liberdade do vitimado. Depois, quando tivérom que noticiá-lo, foi usando como única fonte o depoimento de Samuel Juárez, Delegado do Governo espanhol na Galiza, quem tentou indiciar qualquer classe de culpabilidade em M.P.G., sugerindo que esta nom podia ser demonstrada, já que -segundo Juárez- nom haveria provas suficientes para lhe imputar umha “participaçom direta” nos factos.
Nalguns meios, já se fala abertamente de “membros de Resistência Galega” ou “terroristas”, sem “alegados”, incorrendo nom apenas em falhas de ética jornalística, como também em possíveis delitos, caso se demonstre a nom vinculaçom dos argüidos.
Foto do Diário Liberdade – Concentraçom solidária com as e os detidos em Vigo