Existe mais de um exame para detectar o novo coronavírus. Os pacientes que apresentam sintomas da covid-19 devem realizar o exame RT-PCR até o fim da primeira semana de sintomas. Neste procedimento, o material é coletado da nasofaringe (a parte posterior da cavidade nasal) por meio de um cotonete especial, o swab.
Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a sensibilidade do RT-PCR é entre 60% e 80%, com chances de dar falso negativo, mas raramente falso positivo. Por isso, caso o resultado seja positivo para o novo coronavírus, o protocolo é seguir o isolamento de 10 dias.
Outro exame possível na primeira semana de sintomas é o teste de antígeno, que é mais barato, não requer laboratório, com menor tempo para o resultado, cerca de 30 minutos, mas com sensibilidade inferior ao RT-PCR. Nesse sentido, o resultado negativo não exclui um possível diagnóstico positivo, sendo não recomendado.
Depois da primeira semana de sintomas, o recomendado são os testes sorológicos, ou seja, os exames de sangue, tanto os de laboratório quanto os rápidos de farmácia. Nesse exame, são detectados os anticorpos IgM e IgG. Os primeiros são os de “ataque” ao vírus, o que significa que o paciente ainda está com o novo coronavírus no corpo; já os IgG são os anticorpos de memória.
Todos esses exames, menos os de farmácia, são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a depender de quantos dias o paciente apresenta os sintomas. Segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, entre 5 de março e 28 de novembro, foram distribuídas em todo o Brasil aproximadamente 9,5 milhões de reações de RT-PCR, via os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) e os laboratórios parceiros do Ministério da Saúde.
No mesmo período, foram cerca de 6 milhões swabs para coleta de amostras suspeitas de covid-19, pouco mais de 5 milhões de tubos para coleta de sangue e pouco mais de 3 milhões de reações para extração de RNA viral das amostras sanguíneas para as 27 unidades federativas.
Tratamento precoce
De acordo com o documento da SBI de atualização sobre as recomendações ao enfrentamento da covid-19, não é aconselhável o tratamento da doença com qualquer medicamento, como cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal e dióxido de cloro. Isso porque os estudos “não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais”.
Fatores de risco
O documento também traz atualizações sobre os fatores de risco para a evolução da doença em sua forma grave: pacientes com 60 anos ou mais; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença cardiovascular; diabetes tipo 2; obesidade; doença renal crônica; pacientes oncológicos; pacientes que vivem com HIV; e com anemia falciforme.
Pacientes com doenças como asma, doenças cerebrovasculares, fibrose cística, hipertensão arterial, tabagismo, diabetes tipo 1, demência e doenças hepáticas ainda estão sendo avaliados se entram ou não para o grupo de risco. Estão nesta categoria, ainda: gestantes, pacientes com alguma doença crônica, como asma moderada e grave ou que apresentem outros estados de imunossupressão.
Reinfecção
Na última quarta-feira (9), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou que um dos critérios para confirmar os casos de reinfecção por covid-19 é o intervalo de 90 dias entre a primeira e a segunda infecção, além do resultado positivo. Na quarta-feira, uma mulher de 37 anos, médica residente de Natal, no Rio Grande do Norte, foi a primeira pessoa no Brasil a registrar reinfecção por covid-19.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), nesse sentido, a imunidade evolui entre três e cinco meses. Portanto, mesmo aqueles que já tiveram a doença devem continuar tomando as medidas de precaução: uso de máscara; distanciamento físico de 1,5 metro; higienização frequente das mãos; não participar de aglomerações; manter os espaços ventilados; e isolamento para aqueles que testaram positivo para a doença.