Por Sebastião Costa.
E de repente a bomba do Hamas, sem ser convidada, explodiu com toda força interrompendo brutalmente aquele embalo de sábado à noite. E muitos jovens israelenses foram embalados e remetidos ao reino dos céus.
As duas crianças palestinas saíram na carroça para um passeio
Naquele dia, os dois raiozinhos de sol receberam ordem do pai para alegrar Lama de 11 e Haya Talal de 4 anos.
A bomba israelense chegou primeiro!
Dos dois raiozinhos de gente restaram apenas pedaços amorfos perdidos no deserto da insanidade humana.
Aos dois raiozinhos de sol restaram lágrimas. Choravam por Lama e Haya e choravam por nós que não conseguimos chorar!
Todo esse terrorismo tem um culpado: o pecado mortal da gula israelense!
Vamos entender: A Diáspora, o Holocausto, dois episódios sem precedentes na história da humanidade que precisavam ser devidamente recompensados.E essa recompensa chegou em maio de1948 com a criação do Estado de Israel através de uma resolução da ONU, sob os aplausos efusivos da comunidade ocidental e protestos veementes da comunidade árabe. É que há séculos aquelas terras eram habitadas pelos árabes palestinos.
E mais protestos ainda na divisão do território: 54% foi entregue aos 30% de israelenses e a população nativa, maioria absoluta, que se conformasse com menos da metade daquelas terras.
Mesmo assim, os israelenses movidos pela imensa superioridade bélica, sob o guarda-chuva das potências ocidentais e a complacência da ONU e conduzidos por aquele pecado mortal da gula, foram engolindo livremente as terras palestinas.
Em números mais atualizados, são 700 mil colonos israelenses assentados nos territórios que lá nos confins de 1948 a ONU determinou que era propriedade palestina.
Os conflitos, inevitáveis, produziram uma nova DIÁSPORA: dos palestinos. São milhões perambulando pelo mundo árabe, sem esperança de retornarem à suas terras por imposição expressa do Estado de Israel.
E os que ficaram, seguem sofrendo as amarguras de viverem sem direito a uma pátria, sob um regime de apartheid, sob opressão, sob repressão. Diária, contínua!!!
Os que reclamam são condenados à prisão sem julgamentos. Se reagem, são violentados, assassinados com tiros e bombas, que nem sequer respeitam inocentes como Lama e Haya.
Um novo HOLOCAUSTO!
Sebastião Costa é médico pneumologista, articulista e apresentador no programa Reflexões, da TV Roda de Conversa.
Parabéns Sebastião pela posição e clareza de ideias. Brecht li chamaria de “… homens que lutam a vida toda. Estes são os IMPRESCINDÍVEIS.”
Watteau Rodrigues.