Por Lúcia Rodrigues.
Dois palestinos morreram na segunda, 23, vítimas dos ferimentos provocados pelos tiros disparados por soldados israelenses na repressão aos protestos da Grande Marcha do Retorno da última sexta-feira, 20, na fronteira da Faixa de Gaza.
Com as duas mortes, sobe para 41 o número de óbitos registrados pelo Ministério da Saúde da Palestina. A vítima mais recente é Tahrir Mahmoud Wahba, de 18 anos. Ele era surdo e foi baleado perto do campo de refugiados de Al-Awdeh. Abdullah Muhammad Al-Shamali, morador da cidade de Rafah, morreu no domingo, 22, à noite.
A Organização Mundial da Saúde critica Israel pelo massacre, inclusive por prejudicar o atendimento médico. Quarenta e oito membros das equipes médicas de salvamento foram feridos por soldados israelenses. Dezenove ambulâncias foram atingidas por disparos ou bombas lançadas pelas forças de repressão.
A ONU (Organização das Nações Unidas) também recrimina Israel pelo uso desenfreado de armas de fogo contra manifestantes desarmados. O órgão já conclamou o governo israelense a respeitar as leis internacionais que impedem o banho de sangue provocado.
Nesta sexta-feira, 27, ocorre a quinta semana de protestos que se estendem até o próximo dia 15 de maio, data dos 70 anos da Nakba (catástrofe em tradução do árabe), quando Israel expulsou aproximadamente 800 mil palestinos de suas terras e casas para assentar em seu lugar colonos israelenses.
O direito dos palestinos poderem retornar ao território ocupado por Israel é assegurado pela Resolução 194 da ONU. Mas os sionistas nunca respeitaram esse direito. Até mesmo os filhos e netos desses palestinos são impedidos de conhecerem a terra dos antepassados.
Com informações do Middle East Monitor.