Hoje, segunda, dia 7, o jornalista e editor do WikiLeaks, Julian Assange, vai a julgamento e deve ser extraditado para os Estados Unidos pelo crime de… fazer jornalismo.
Assange recebeu da militar dos EUA Chelsea Manning imensa quantidade de material a que o governo dos Estados Unidos não queria que o mundo tivesse acesso.
A partir da divulgação de parte do material pelo WikiLeaks, jornais pelo mundo, inclusive brasileiros, reproduziram as revelações. Nenhum foi punido ou está ameaçado pelo governo dos EUA. Apenas Assange, que, caso seja extraditado, deverá ser condenado a 175 anos de prisão em isolamento.
Entre as revelações de Assange, estão a prova do assassinato de civis pelas tropas estadunidenses na guerra do Iraque, como a famosa execução via helicóptero Apache, que já publiquei aqui (confira aqui em “EUA querem que Assange pague por denunciar seu jogo sujo no Iraque e com aliados, inclusive o Brasil“).
Nessa execução, foi morto o fotógrafo da agência Reuters Namir Noor-Eldeen, que tirou esta foto em Bagdá de um menino saindo da escola, desviando da poça de sangue sobre folhas de cadernos, após ataque das tropas dos EUA que mataram quatro estudantes.
O Julgamento desta segunda poderia ter um desfecho diferente, caso a mídia comercial fosse mais solidária com o colega jornalista que submissa aos interesses dos Estados Unidos.
Porque é um jogo de cartas marcadas. A juíza do caso tem familiares que fazem parte do serviço secreto do Reino Unido, principal aliado dos EUA.
Ela deveria se dizer impedida de julgar o caso. Mas não o fez, nem é cobrada por isso.
Os Estados Unidos querem a cabeça de Assange para que cada um fique sabendo que, caso publique alguma coisa que vá contra os interesses dos EUA, poderá ter o mesmo destino dele, ser perseguido, condenado e confinado numa cela para o resto da vida.
Por isso a liberdade de Assange deveria ser uma luta do jornalismo global e de todos os jornalistas.
#FreeAssange
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