Sob Bolsonaro, desmatamento alcança em setembro o 2º pior índice

Segundo o Observatório do Clima, em setembro, a cada minuto uma área do tamanho de dois campos de futebol foi derrubada de forma ilegal

Foto: Agência Brasil

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais) divulgou nesta sexta-feira (9) o dado de alertas de desmatamento de setembro. É o segundo pior da série histórica do sistema de monitoramento Deter-B, com 964 km2, perdendo apenas para setembro do ano passado, que teve 1.543 km2 devastados.

Os satélites indicam mais uma vez que a Operação Verde Brasil 2, que completa cinco meses na Amazônia neste fim de semana, fracassou em frear o desmatamento e as queimadas. Afinal, o desmate nos meses mais secos do ano (maio a setembro) no governo Bolsonaro, que também é o período da operação militar, segue duas vezes maior do que nos três anos anteriores da série.

Como mostra o gráfico abaixo, em 2016, 2017 e 2018 a média mensal de alertas de desmatamento nesse período era de 576 km2. No governo Bolsonaro, ela saltou para 1.189 km2. As queimadas na Amazônia entre maio e setembro foram 21% maiores do que no mesmo período do ano passado.

O desmatamento é medido sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Mas, se consideramos o ano-calendário, de janeiro a dezembro, o período de um ano e nove meses de gestão Bolsonaro teve 76% mais desmatamento (8.560 km2) por ano do que os três anos cheios anteriores (4.844 km2 em média).

“Os números do desmatamento continuam altos e inaceitáveis. Em setembro, a cada minuto uma área do tamanho de 2 campos de futebol foi derrubada de forma ilegal. Enquanto o vice-presidente demonstra o mesmo negacionismo sobre a crise ambiental do presidente e do ministro do Meio Ambiente, o crime corre solto na Amazônia, com a certeza da impunidade”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. “Essa atitude pode até colher aplausos da claque do governo nas redes sociais, mas no mundo real ela produz destruição, evasão de divisas, emissões de carbono e danos comerciais, como vimos nesta semana com a indicação do Parlamento Europeu de que não aprovará o acordo entre a União Europeia e o Mercosul.”

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