Edward Snowden, o ex-técnico da CIA que revelou a trama mundial de espionagem, defendeu em carta aberta, publicada neste domingo (03/11) pela revista alemã Der Spiegel, uma “solução global” que limite de forma legal estes programas de monitoramento de cidadãos e políticos.
O texto tem o título “Um manifesto pela verdade” e ressalta que a sociedade “não pode esquecer que a espionagem em massa é um problema global e requer uma solução global”. Segundo Snowden, as revelações feitas por ele “não são só uma ameaça para a esfera privada”, mas também minam “a liberdade de expressão”.
“Temos a obrigação moral de preocupar-nos para que nossas leis e valores limitem os programas de espionagem e protejam os direitos humanos”, afirma o ex-analista, que prestou serviços para a Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana.
Agência Efe
Snowden (esq.), com o deputado alemão Hans-Christian Ströbele, que foi visitá-lo em Moscou nesta semana
Snowden vive asilado em Moscou, após os Estados Unidos confiscarem o direito dele a um passaporte norte-americano. No texto, ele ataca “alguns governos” – citando Washington e Londres – que iniciaram “uma campanha de perseguição” contra ele e que querem eliminar o debate publico sobre a espionagem.
“O debate que querem evitar tem agora lugar em países de todo o mundo. E em vez de ocasionar prejuízo, o aproveitamento agora deste novo conhecimento público vai ser claro, porque agora se propõem reformas tanto na política, quanto na supervisão como nas leis”, afirma.
Além disso, Snowden encoraja os cidadãos a participar do debate que ele ajudou a iniciar com suas revelações sobre os programas de espionagem em massa dos EUA e classifica de “erro” a opção de confiar nos governos na tomada de decisões sobre estes assuntos.
Por último, o ex-técnico termina seu manifesto repetindo uma frase que já utilizou em recente carta que enviou ao governo alemão: “quem diz a verdade não comete nenhum delito”.
(*) Com Efe
Fonte: Ópera Mundi