Harvey Weinstein, Kevin Spacey, Woody Allen, Louis C.K: a lista de envolvidos em casos de assédio, abuso ou violência sexual contra mulheres em Hollywood não para de aumentar. A onda de denúncias já expôs ganhadores do Oscar, protagonistas de séries do Netflix, além de diretores celebrados e produtores poderosos.
Quer saber se o seu filme ou série favorita tem a participação de algum dos envolvidos nesses casos? Procure no site Rotten Apples, um banco de dados criado por um quarteto de publicitários americanos para informar aos usuários se aquela produção está, de alguma forma, ligada a indivíduos acusados de assédio ou estupro.
O site, sem fins lucrativos, classifica as produções em duas categorias. Caso algum dos envolvidos em casos expostos na imprensa esteja elencado no filme ou série, uma mensagem informa que trata-se de uma “rotten apple” (maçã podre, em inglês) e disponibiliza uma lista de indivíduos envolvidos com o projeto, bem como sua função e um link com reportagens produzidas sobre as acusações. Do contrário, trata-se de uma “fresh apple”, um filme ou seriado de televisão livre de acusações do onipresente abuso no meio cinematográfico e televisivo.
Uma busca pelo nome do ator Kevin Spacey, por exemplo, revela que o astro da gigante do Netflix House of Cards foi denunciado por estupro pelo também ator Anthony Rapp, da série Star Trek Discovery. Ao procurar O Poderoso Chefão, é possível acessar reportagens sobre o abuso cometido pelo protagonista Marlon Brando no set de O Último Tango em Paris.
O objetivo, conta uma das criadoras ao The New York Times, não é estimular um boicote, mas permitir ao usuário o acesso às informações e a uma escolha de consumo cultural consciente.
A partir daí, fica a critério de cada um separar (ou não) o artista da obra. O selo também ajuda a jogar luz sobre a extensão da lista de profissionais vítimas de comportamentos abusivos, bem como o daqueles acusados de cometerem os crimes.
Teste de Bechdel
Para quem quiser ir além, é possível testar o nível de representatividade feminina com o chamado “teste de Bechdel”. Para que o filme ganhe a nota mínima no quesito igualdade de gênero é preciso cumprir três aparentemente simples requisitos: possuir duas personagens femininas com nome, mostrar uma conversa entre elas em alguma cena e não ser um diálogo sobre homens.
O nome do teste é uma referência à cartunista americana Alison Bechdel, autora da tirinha Dykes to watch out for, onde as regras apareceram pela primeira vez.
Apesar de simples, o teste reprova clássicos e blockbusters como O Senhor dos Anéis e o filme original da franquia Star Wars. Segundo uma pesquisa da Universidade da Califórnia em parceria com a ONU, só 30,9% de todos os personagens com falas em filmes do mundo todo são mulheres.
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