Por Claudia Weinman, para Desacato. Info.
Problemas na área da Saúde Pública de São Miguel do Oeste/SC são novamente pauta do Portal Desacato, isso porque, as promessas feitas até hoje pelos gestores do município com relação a resolução da falta de medicamentos, fraldas geriátricas e outros atendimentos ainda não foi efetivada.
Não é a primeira vez que a população de São Miguel do Oeste/SC, procura um meio de comunicação para questionar, reclamar sobre as falhas no sistema de Saúde. Tema de diferentes campanhas eleitorais, a Saúde Pública vem sendo utilizada nos últimos anos como pauta central de políticos e pessoas interessadas em ocupar cargos na gestão da prefeitura de São Miguel do Oeste, no entanto, as promessas feitas até hoje, transformaram-se em cobranças pela parcela da população que precisa utilizar os serviços nesta área.
Ao tentar conversar com o secretário de Saúde do município, Airton Macarini, para pontuar e esclarecer algumas questões, a informação repassada foi de que, mais uma vez, ele estaria de atestado. Das outras vezes, em que Macarini foi procurado e não atendeu a reportagem, a justificativa foi sustentada em suas férias. A população, que acompanha atenta a estas séries de matérias divulgadas sobre a saúde no município, considera a atuação do secretário “falha”. Moradores cobram inclusive, um posicionamento do profissional. “Uma vez era tão fácil falar com o secretário, mas agora… Ele não é nada popular”, disse o morador do bairro Santa Rita, Eloy Vaz de Oliveira, 77 anos.
De acordo com publicações na mídia local, o secretário de Saúde, Airton Macarini, teria sido exonerado da função de secretário para ser candidato a vereador no município. A Saída teria acontecido há alguns dias já, porém na última semana, quando esta reportagem procurou por ele para esclarecer alguns pontos, foi informada apenas que ele estaria de atestado. Em seguida, foi avisada pela Assessoria de Imprensa, sobre a saída oficial do secretário que não fez esforço para atender esta reportagem e falar sobre a sua saída da secretaria, especialmente, sobre como resolveriam-se esses problemas na área da saúde, também ocasionados durante a sua gestão.
Indiferença
O sistema de Saúde Pública parece adoecido segundo o aposentado Eloy Vaz de Oliveira, que reside no bairro Santa Rita e pede explicações sobre a falta de médico na unidade de Saúde. Segundo Eloy, a cada mês, um novo profissional assume a equipe médica no bairro mas nenhum realiza um trabalho duradouro. “Médico aqui dura pouco tempo. É sempre um transtorno. Aí remanejam, ou mandam a gente em outro bairro, ou na Upa, mas a Upa e o Hospital Regional são para atender outras emergências, a gente tinha que ter um médico no posto”, aponta.
Oliveira cobra um posicionamento dos responsáveis pela gestão da secretaria de Saúde do município. “O secretário de saúde precisa tomar uma providência. E não é porque é esse governo do PMDB que está na Prefeitura, é porque é um direito nosso, não interessa quem está no governo, eles têm responsabilidades com a saúde do município”, enfatizou Oliveira.
“Está em falta”!
Com os apontamentos feitos pelos moradores, esta reportagem foi até a Unidade de Saúde do Bairro Santa Rita para verificar os problemas apontados pelo morador, que envolvem além da falta de médico, também a carência em medicamentos. Com uma receita de um paciente nas mãos, a reportagem aguardou na fila para pegar os remédios solicitados. Enquanto se esperava, a frase mais ouvida era: “Está em falta, a senhora vai precisar comprar este medicamento”. Ao mostrar a receita dos medicamentos, a reportagem também foi informada que os remédios estariam em falta. Em uma contagem mínima, cinco estagiárias que atuam na Unidade Básica de Saúde também mostravam-se ‘perdidas’ ao fazer o atendimento aos pacientes. “Parece que não estão preocupados com a Saúde do povo”, indignou-se o morador Eloy Vaz de Oliveira.
No mês de janeiro, a reportagem também divulgou matéria sobre a falta de fraldas geriátricas no município. Foi procurada pelo aposentado que recebe atendimento no bairro Agostini, Simão Pedro Balbinot, que fez a cobrança das fraldas em decorrência de sua mãe, Maria Fabiani Balbinot, 91 anos, que faz uso delas.
Na ocasião, o secretário de Saúde Airton Macarini havia informado que: “na semana que vem tudo volta ao normal”, porém, não voltou. Nesta semana, a reportagem foi informada que o município está disponibilizando as fraldas, no entanto, que a qualidade é ruim e algumas pessoas não conseguem utilizá-las em decorrência de serem muito finas para o uso adulto. “Quem sabe o secretário de Saúde, ou o prefeito, gostaria de fazer uso de uma dessas fraldas durante um dia para ver a péssima qualidade que elas têm”, criticou a migueloestina, Renate Lohmann.
Pagamento de Fisioterapeutas é adiado
Na sessão da Câmara de Vereadores do último dia 22 de março, a vereadora Maria Tereza Capra apresentou um requerimento de informação solicitando dados a respeito dos atendimentos de fisioterapia realizados pela Secretaria Municipal de Saúde. Isso porque, o Presidente da Associação dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais do Extremo Oeste Catarinense (Afitoex), Marcel Mafinski, havia divulgado uma nota esclarecendo a interrupção dos serviços aos pacientes atendidos pelos profissionais da fisioterapia na Secretaria Municipal de Saúde de São Miguel do Oeste, por estes, estarem sem receber desde novembro de 2015. A Assessoria de Imprensa da Prefeitura havia informado que o pagamento aos profissionais seria efetuado até o final do mês de março. Na última semana, a Diretora de Atenção à Saúde, e responsável pela Secretária de Saúde, Karise Ferreira, disse que os pagamentos serão feitos somente neste mês de abril.
A vereadora Maria Tereza Capra aguarda um parecer quanto ao valor devido e a previsão de pagamento dos profissionais que prestam serviços, qual o prazo para regularizar os atendimentos aos pacientes, o número de pacientes atendidos mensalmente e quantos pacientes deixaram de ser atendidos em razão da falta de pagamento.
Com tantos problemas para serem resolvidos na área da Saúde Pública de São Miguel do Oeste, mais uma vez, os gestores decidem deixar as secretarias para concorrer a novos cargos no município. A saúde da população novamente, fica em segundo plano.