Em nova rodada de negociação realizada dia 31 de agosto, mediada pelo Ministério Público do Trabalho, os patrões propuseram arrocho nos salários dos jornalistas: reajuste de 5%, quando a inflação acumulada até a data-base da categoria foi de 9,83%. A única – e acanhada – novidade foi a disposição patronal de ampliar o valor das cláusulas de aluguel de equipamento fotográfico e do auxílio-funeral! O SJSC acolheu a generosidade patronal nas duas cláusulas, mas rejeitou a proposta de reajuste. Nova negociação no MPT ficou agendada para o dia 13 de setembro.
Num ambiente onde a representação patronal se mostrava “muito satisfeita” com o resultado do processo de impeachment no Senado, divulgado minutos antes, a intransigência marcou a negociação. O argumento monocórdio para o arrocho sustentou-se na crise. E a forte influência da nova detentora do espólio da RBS – a LNC Comunicações– na postura do sindicato patronal ficou evidente.
Segundo os interlocutores patronais, após assembleia do Sindicato dos Jornais e Revistas, a proposta de 5% estava no “limite”, diante das dificuldades das empresas. Ainda assim, com grande esforço, segundo o representante jurídico das empresas, eles dispuseram-se a ampliar o desembolso para o aluguel de equipamento fotográfico de 30% para 40% do piso e a ampliar o auxílio funeral de 1 para 1,5 piso salarial. Isso foi possível, como disse o presidente do Sindejor, Ronaldo Roratto, devido ao fato de que “o impacto financeiro é baixo porque em Santa Catarina poucos jornalistas morrem no exercício da profissão”.
O presidente do SJSC, Aderbal Filho, rebateu que os trabalhadores não são responsáveis pela crise “amplificada pela intervenção midiática”. Deba criticou a proposta patronal acanhada e lembrou que no estado vizinho, o RS, “jornalista morto vale mais”, já que lá o auxílio funeral é de 2 pisos, mas aceitou a proposta, numa perspectiva de manter “viva” a negociação, sem perdas salariais para os jornalistas. Num esforço de entendimento, os representantes da categoria profissional propuseram o reajuste pela inflação, (9,83%) mais 1% de aumento real.
Diante da negativa patronal, os negociadores do SJSC se dispuseram a elaborar uma proposta que contemple toda a pauta de reivindicações. Nova audiência no Ministério Público do Trabalho ficou agendada para o dia 13 de setembro, às 14h30, quando o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão (SERT/SC), também será convocado a comparecer.
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Fonte: SJSC.