Por Diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina.
O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina denuncia e repudia as demissões e ameaças que nas últimas semanas vêm ganhando corpo nas redações de todo Estado. A conta-gotas, a RBS demitiu dezenas de colegas desde o final do ano passado. Em Joinville, por conta da terceirização de motoristas, o jornal A Notícia estava obrigando os repórteres-fotográficos a dirigirem os carros da empresa, numa clara afronta à legislação trabalhista e colocando em risco a segurança dos profissionais. Há boatos, tanto na RBS como no Notícias do Dia, que uma nova onda de demissões atingirá as redações nas próximas semanas. Os primeiros sinais vêm com o fechamento da sucursal de São de José do ND, que empregava três jornalistas.
Detentora do monopólio da comunicação no Sul do Brasil, a RBS, que recentemente promoveu diversos cortes em cargos executivos nos seus veículos no RS e em SC (processo que, ao que consta, ainda não terminou, com “ajustes” também nas áreas de Marketing, Comercial, Operações e Jurídico), lidera o ranking de demissões e ameaças.
O Grupo, que em novembro do ano passado inaugurou sua nova sede em Florianópolis – ao custo de R$ 8,5 milhões – com a autoproclamada inspiração de “um novo modo de pensar e fazer comunicação em Santa Catarina” e a promessa de mais qualidade em seus produtos e ambiente mais integrado e agradável para seus “colaboradores”, faz uma indisfarçável opção “preferencial” por demitir profissionais com mais tempo de casa e experiência. Será este o “compromisso com o jornalismo responsável, livre e transparente” que a empresa tanto apregoa?
A prática da demissão em massa ou das ameaças no início do ano é bastante conhecida dos jornalistas catarinenses. As empresas se utilizam desse expediente espúrio justamente para disseminar o medo e tentar inibir mobilizações por melhores salários e condições dignas de trabalho. Fazem isso, entre fevereiro e março, pela proximidade da data-base da categoria: 1º de maio.
A Diretoria do Sindicato alerta à categoria para que não se deixe intimidar por esse tipo de postura e conclama todos os jornalistas a participarem ativamente da campanha salarial 2012, dando a melhor resposta possível para esse tipo nefasto de “política de recursos humanos”.
Já no final de fevereiro, desencadearemos o processo da Campanha Salarial 2012. Portanto, vamos todos às assembleias de definição da pauta de reivindicações.