Sete mortos por hora no Brasil

Foto: Reprodução da Internet

Por Julio Barroso.

Mais uma vez, somos detentores de um triste recorde. Atingimos a inacreditável marca de 7 mortes violentas a cada hora numa média aproximada de 175 por dia, 1225 por semana, mais de 5000  por mês, totalizando um total superior a 60.000 mortes violentas no ano de 2017. Números bem superiores de países em que existem conflitos armados como guerras civis. A cada ano, esses números crescem a níveis assustadores. E o que é pior, quem mais tem morrido é a população negra, periférica e favelada. E isso é em todo território nacional.

Esses números foram divulgados semana passada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “O crescimento da violência no país tem duas direções. Uma são as novas dinâmicas do crime organizado, agora, a outra, é a insistência da política pública de várias esferas e poderes, de continuar fazendo mais do mesmo”, diz o diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ou seja, o Estado tem sido um dos grandes responsáveis desse número catastrófico na sua insistência de combater a violência intensificando ações violentas, principalmente nas áreas periféricas e nas favelas.

O estado do Rio tem sofrido com essa política de segurança imposta pelo governo federal que mantém uma intervenção militar em todo o estado fluminense. As Forças Armadas que vieram com a justificativa de diminuir as taxas de violência, na verdade se tornaram responsáveis para o aumento de mortes violentas. E essa intervenção não tem trazido mais segurança nem para os próprios agentes da lei. Tudo indica que mais um triste recorde será batido. O número de policiais militares assassinados em serviço ou de folga ou ainda em pequenos biscates. A média é de um PM morto a cada 3 dias. E isso faz a PM agir nas ruas com extrema violência contra as pessoas que vivem em áreas dominadas por traficantes. A PM do Rio de Janeiro nunca matou tanto também. E ano após ano, vamos alimentando essa guerra não declarada com soluções anacrônicas e sem resultados reais para o fim da violência.

Mas por mais incrível que pareça, as cidades onde ocorreram mais homicídios não foram no sudeste, onde o crime organizado é mais forte. As capitais do norte e nordeste Rio Branco, Fortaleza e Natal foram as capitais que mais ocorreram assassinatos. Vivemos um moto contínuo onde a solução para esse problema está longe de ser encontrada.

“O modelo com o qual o país está optando por enfrentar o problema da segurança pública é um modelo que tem feito várias vítimas e quando você opta pelo confronto você gera resultados que são devastadores e a começar também pelo que é a soma de todos os nossos erros que é o sistema prisional”.

Renato Sérgio Lima, diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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