Sete de fevereiro. Por Roberto Liebgott.

Sepé Tiarajú. Foto: Memorial da Epopeia Riograndense

Por Roberto Liebgott.

Dia de Sepé Tiaraju.
Guerreiro de luz,
clarão das manhãs,
luar das madrugadas,
guerreiro-Xondaro- das memórias que não se esgotam.

Sepé dos sete, setenta, setecentos, de todos os povos originários. Sepé da Terra Sem Males, do Bem Viver, do bem querer e da resistência que não finda.

Sepé dos Mbya, dos Kaiowá, dos Avá Guarani. Um cacique sem trono, herói sem pátria gentil. Líder do chão a ser protegido, de um território que deveria ser livre, sempre amado e sagrado.

Sepé das batalhas passadas, atuais e futuras, das lutas que não cessaram, contra o genocídio, o ecocídio e a dizimação.

Sepé sempre a irradiar coragem, pois está lá nas beiras das estradas, nos acampamentos,
entre cercas, asfaltos e áreas degradas.Tornou-se perene junto aos seus que não pararam de retomar a Mãe Terra.

Sepé que ensina a sermos fortes, corajosos, persistentes e compromissados.
Que ajuda a esperançar diante da morte que se mostra, a cada dia, mais cruel e perversa pelas mãos dos covardes.

Salve, salve fachos do Sol e da Lua ! Salve, salve encanto de luz!
Salve, salve Sepé do bravo grito: Alto lá! Esta terra tem dono!

Sepé Tiaraju, presente!

Roberto Liebgott. Foto: Ana Mendes e Pablo Albarenga/Agência Pública.

 

 

Roberto Antônio Liebgott é Missionário do Conselho Indigenista Missionário/CIMI. Formado em Filosofia e Direito.

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