Sindicato aposta que adesão será de 100% na Fatma e Imetro e afetar 80% do trabalho no Deinfra
Servidores de secretarias, autarquias e fundações do governo de Santa Catarina entram em greve a partir desta segunda-feira. A deliberação ocorreu na última sexta, na assembleia da categoria. A principal reclamação é quanto ao pacote de reforma salarial, proposto pelo governo e aprovado pela Assembleia Legislativa no fim do ano passado.
Analistas e técnicos da Educação, do Deinfra (Departamento de Infraestrutura do Governo do Estado), do Deter (Departamento de Transportes e Terminais), da Fatma (Fundação Estadual de Meio Ambiente), do Imetro (Instituto de Meteorologia, Qualidade e Tecnologia), agentes penitenciários e trabalhadores do Porto de Itajaí e Agência Sine, estão entre as categorias grevistas.
Servidores vinculados as secretarias de Saúde e Educação e Polícia Militar não participam do movimento, mas existe a possibilidade de que no decorrer da paralisação anunciem a adesão. “A gente está construindo a greve e a expectativa é que ela vá crescendo”, diz o vice-presidente do Sintespe-SC (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual), Antonio Celestino Lins.
Lins reitera que aprovação do programa de gratificações concedido aos servidores da Procuradoria Geral do Estado e do Instituto de Previdência, além da desincompatibilização do teto salarial do vencimento do governador (R$ 15 mil) para o dos desembargadores (R$ 25 mil), desagradou a categoria. “Queremos que no mínimo haja revisão da nossa data base e correção das perdas salariais”, complementa.
Mesmo com o anúncio do governo de que não negocia com grevistas, os dirigentes sindicais querem dialogar o mais rápido possível, pois o calendário eleitoral prevê que projetos enviados à Assembleia após o dia 4 de abril não sejam votados. “O governo quer ganhar tempo, fala uma coisa, mas na prática age diferente, já negociou com agentes prisionais e saúde”, contesta.
De acordo com o secretário de Estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni, quando os servidores paralisam as atividades, automaticamente as negociações sobre as diferentes demandas dos funcionários públicos catarinenses serão canceladas. Na sua avaliação, a greve é um movimento periférico que não vai atrair número significativo de servidores e nem afetar os trabalhos do governo. As reivindicações de benefícios e salariais das categorias que não estão em greve, segundo ele, estão sendo estudadas pelo governo.
“Sabemos que na Fatma e no Imetro chega a 100%”, reitera o primeiro secretário geral do Sintespe, Alex Pertussatti. No Deinfra, segundo a previsão inicial, a paralisação vai afetar 80% do quadro de funcionários. Os efeitos da paralisação dever ser sentidos ainda nesta semana, quando as Agências do Sine devem ficar de portas fechadas. Os efeitos também refletem nas obras públicas de todo estado supervisionadas por engenheiros do Deinfra, entre elas as da Ponte Hercílio Luz, que está atrasada e é uma prioridade para o governador Raimundo Colombo.
Fonte: Sintespe.