O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) determine a apreensão do celular da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). A parlamentar está envolvida na crise entre o presidente Bolsonaro e o ex-ministro Sérgio Moro.
O ministro Celso de Mello do STF pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) analise um pedido do senador Randolfe para apreender o celular de Carla Zambelli.
“Se eu sumir das redes sociais, talvez seja porque fiquei sem celular, ok? Não tenho nada a esconder”, escreveu a deputada no Twitter.
A decisão está no mesmo despacho em que o ministro autoriza a abertura de um inquérito para investigar as declarações de Moro contra o presidente Jair Bolsonaro.
Celso de Mello também fixou um prazo de 60 dias para que a Polícia Federal escute Moro, conforme solicitado pela PGR.
Bolsonaro trocou comando da PF motivado por inquérito de fake news no STF
O ex-ministro Sérgio Moro mostrou trocas de mensagens entre ele, o presidente Jair Bolsonaro e sua afilhada de casamento, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), para provar que houve interferência política na exoneração do diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo.
De acordo com as mensagens exibidas por Moro ao Jornal Nacional, da Globo, o inquérito das fake news que corre no STF (Supremo Tribunal Federal) teria motivado a troca no comando da PF.
Bolsonaro costura com o Congresso Nacional uma base de sustentação para tentar evitar a aprovação do impeachment. Vários partidos já protocolarizaram a abertura de processo na Câmara.
Moro mostrou ao telejornal mensagem enviada a ele por Bolsonaro, que continha um link para o site de extrema direita O Antagonista: “PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas”. Ato contínuo, o presidente da República escreve: “Mais um motivo para a troca”.
Corre no Supremo um inquérito contra as fake news disparadas pelo “Gabinete do Ódio” tendo como alvos ministros da corte. As diligências são conduzidas por Alexandre de Moraes, relator do caso.
Além das fake news, preocupa o Palácio do Planalto e parlamentares a organização de manifestações ocorridas contrárias à democracia, a favor do AI-5, com a participação do presidente Jair Bolsonaro e seus correligionários.
Carla Zambelli, na condição de afilhada, tentava convencer seu padrinho de casamento a aceitar o nome sugerido pelo presidente na PF –Alexandre Ramagem–, em troca de uma vaga no STF no mês de novembro, mas Moro responde que não está à venda.
O ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, não perdoou nem a afilhada de casamento. Ele também mostrou as mensagens da deputada para o JN, da Globo, como nos tempos em que vazava informações sigilosos de Lula e do PT.
Talvez Moro ganhe um emprego de pauteiro na TV Globo, pelos relevantes serviços prestados à emissora nos últimos seis anos.
Moro não perdoou nem a afilhada de casamento, Carla Zambelli, e vazou mensagem privada para a Globo.
PSL protocola pedido de impeachment de Bolsonaro
A líder do PSL na Câmara dos Deputados, a deputada federal Joice Hasselman (PSL-SP), protocolou na noite desta sexta-feira (24) um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. A legenda abrigou a candidatura presidencial de Bolsonaro em 2018.
O documento do partido diz que houve crime de falsidade ideológica na informação publicada no Diário Oficial da União sobre a exoneração “a pedido” do ex-diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro negou.
O PSL também defenderá “notória tentativa de intervenção de Bolsonaro na Polícia Federal, valendo-se das prerrogativas de Chefe de Estado, com o fim de obter informações sensíveis e privilegiadas de uma instituição cuja independência deve ser pilar do Estado Democrático de Direito, havendo, inclusive, a tentativa de interferir em investigações correntes”.
O pedido foi feito com base nas acusações de Moro a Bolsonaro, durante coletiva de imprensa desta manhã de sexta que anunciou a sua exoneração.
Ciro Gomes sobre racha entre Bolsonaro e Moro: ‘O país ganha muito’
Ciro Gomes, ex-candidato à presidência da República, se manifestou sobre a saída de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça por meio de mensagem em sua página no twitter. O ex-ministro e ex-governador do Ceará afirmou que as acusações do ex-ministro contra o presidente Jair Bolsonaro configuram uma “confrontação chocante” entre as duas figuras políticas, e defendeu que o Brasil “ganharia muito com essa briga”.
“Só hoje já tivemos notícia de uma lista de artigos do Código Penal”, afirmou Ciro. Em sequência, ele listou crimes de responsabilidade que teriam sido cometidos pelo presidente, de acordo com as acusações feitas por Moro.
“Nesta confrontação chocante entre Moro e Bolsonaro, o País ganha muito com a briga em si. Só hoje já tivemos notícia de uma lista de artigos do código penal além de crime de responsabilidade: prevaricação, falsidade ideológica, tráfico de influência”, escreveu Ciro.
Entre os crimes listados por Ciro estão: falsidade ideológica, tráfico de influência e obstrução da Justiça. Segundo Ciro, o Brasil sairá beneficiado com essas denúncias.
Sergio Moro pediu demissão após Bolsonaro exonerar o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo, nome de confiança do ex-juiz. Durante coletiva realizada nesta manhã de sexta, Moro justificou saída afirmando que o presidente queria tirar a autonomia da PF, mudando diretoria e solicitando relatórios.
A saída de Moro provocou um terremoto político no governo Bolsonaro.
Com informações da Revista Fórum.