Senado do Chile estabelece datas para retomada do processo constituinte

Eleição de novos constituintes está prevista para 7 de maio e plebiscito final para 17 de dezembro de 2023

Por Michele de Mello, para Brasil de Fato. 
Senado do Chile define detalhes sobre nova etapa do processo constituinte em sessão nesta quarta (28) – Senado Chile

A Comissão de Constituição do Senado votou nesta quarta-feira (28) os últimos detalhes para a retomada do processo constitucional no Chile. No dia 12 de dezembro, o texto geral do projeto de reforma já havia sido aprovado pelo presidente Gabriel Boric e pelos chefes do Senado e da Câmara, assim como os líderes de 14 bancadas, no chamado “Acordo pelo Chile”.

O processo constituinte do Chile iniciou em 2020, mas a primeira proposta de nova constituição foi rechaçada no referendo de outubro de 2022.

Após três meses de negociação entre o governo e oposição, agora os parlamentares correm contra o relógio para retomar o processo de escrita de uma nova constituição para o país no início de 2023.

Ao todo, os senadores avaliam 180 propostas de emendas ao projeto original. As primeiras mudanças aprovadas foram a data de eleição dos novos constituintes para o dia 7 de maio de 2023 e a diminuição do período de campanha de 140 para 100 dias. O voto é obrigatório para todos os chilenos entre 18 e 70 anos e para isso, o Serviço Eleitoral (Servel) deverá divulgar o número de eleitores aptos a votar até 27 de janeiro.

Serão escolhidas 50 pessoas, metade homens e metade mulheres, para redigir a nova carta magna com supervisão de uma comissão de especialistas e outra composta por magistrados, indicados pela atual gestão do Legislativo.

Já o plebiscito sobre a redação final da nova constituição está previsto para 17 de dezembro de 2023. As mudanças aprovadas pelo Senado ainda deverão ser referendadas pela Câmara.

A nova constituição deverá substituir a carta magna vigente desde 1980, herdada da ditadura de Augusto Pinochet.

O novo texto deverá partir de consensos prévios da antiga Convenção Constitucional e ainda será revisado pela comissão de 24 especialistas, indicados metade pela Câmera e outra metade pelo Senado, assim como pelo conselho constitucional, composto de 12 magistrados nomeados pelo Senado.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

 

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