Semana complicada para as relações China-Ocidente

Foto: Ministério das Relações Exteriores da China

Beijing, 27 mar (Prensa Latina) A China e as potências ocidentais encerraram hoje uma semana fatal para suas relações devido à troca de sanções vinculadas à questão dos direitos humanos das minorias étnicas em Xinjiang, noroeste do país asiático.

Ainda na segunda-feira, os chanceleres da União Europeia (UE) assinaram um compêndio de medidas punitivas contra quatro funcionários e uma empresa chinesa, alegando supostos maus-tratos na região autônoma uigur, com forte presença de muçulmanos.
Esta é a primeira vez em 30 anos que o bloco procede com tais ações, mas também o Parlamento Europeu cancelou abruptamente uma reunião na terça-feira sobre o acordo bilateral de investimentos e alguns legisladores pediram um boicote.

Além da UE, o Reino Unido, o Canadá e os Estados Unidos também aprovaram simultaneamente sanções contra a China sob o mesmo argumento.
Beijing, por sua vez, retribuiu com igual força as de Bruxelas e Londres, pediu racionalidade e advertiu que, se a hostilidade ocidental persistir, será forçada a contra-atacar em defesa de sua soberania e interesses.

Ele rejeitou as alegações de violações dos direitos humanos em suas terras e reiterou que não admitirá chantagem ou interferência em uma questão interna.

Os observadores locais preveem um impacto negativo nos laços com a Europa, apesar das boas vibrações decorrentes dos recentes pactos para garantir maiores rendimentos e proteção das operações e ativos nos respetivos mercados.

Na opinião de muitos, além das sanções, algumas entidades e compatriotas da nação asiática poderiam processar aqueles que espalham boatos na UE sobre a região autônoma uigur.

Nesse contexto, desde quarta-feira marcas de roupas como a sueca H&M, a americana Gap, Nike e New Balance, a alemã Adidas, a britânica Burberry e a japonesa Uniqlo, enfrentam uma forte polêmica na China porque deixaram de comprar algodão de Xinjiang. pelo suposto uso de trabalho forçado.

O escândalo foi agravado por um apelo para boicotar seus produtos, o desaparecimento de ofertas em sites de comércio eletrônico aqui (Tmall, Jingdong e Pingduoduo), além da quebra de contratos de publicidade com cerca de trinta celebridades locais e times de futebol.

Reportagens da imprensa chegam a relatar o fechamento de lojas físicas e a retirada de outdoors dessas empresas.

Em várias ocasiões, as autoridades chinesas denunciaram a politização da questão de Xinjiang no Ocidente e asseguraram que os programas ali aplicados buscam conter o terrorismo, o separatismo e a radicalização.

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