Na última semana aproximadamente 400 famílias Sem Terra ocuparam mais uma área pertencente ao grupo falido MMX, do empresário Eike Batista. As mesmas famílias ocuparam na última terça-feira (3) uma área em Igarapé pertencente ao mesmo grupo. No entanto, diante da reação truculenta da polícia, o MST decidiu retirar-se do local para preservar a integridade física dos ocupantes.
“O que vimos aqui foi a polícia cumprindo o papel de cão de guarda dos interesses do capital hidromineral. O comando da polícia cumpriu ordens dadas na nossa frente pelos encarregados da MMX para nos expulsar. Esses parasitas destroem nossos bens naturais e acham que a propriedade privada está acima das vidas de crianças, idosos e de todos trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou a dirigente estadual do MST, Mirinha Muniz.
A nova área ocupada está localizada São Joaquim de Bicas e é vizinha de um acampamento já consolidado. “Não importa quantas vezes eles tentem nos ameaçar, nos coagir ou violentar, vamos continuar porque essa luta é justa, é necessária às famílias que não tem onde viver e trabalhar”, afirmou Muniz.
Estamos preparados para nos manter na área ocupada, garantiu Jô Aquino, da direção regional do Movimento, “eles se enganam achando que com um despejo podem nos parar. Essas pessoas precisam de terra. Eike ficará 30 anos preso e nós vamos passar mais 30 anos ocupando terra e fazendo a luta. Até derrotar o golpe, derrotar as mineradoras e aqueles que querem transformar a água em mercadoria. Enfim, até fazer a Reforma Agrária Popular”.
A ação também integra a campanha de memória do MST que, em 2018, completou 30 anos de organização em Minas Gerais.