Sem previsão de renovação, última parcela do auxílio emergencial é paga nesta quarta

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

As últimas parcelas do auxílio emergencial para pessoas não beneficiárias do bolsa família serão liberadas nessa quarta-feira (27) pela Caixa. Para beneficiários do bolsa família a última parcela foi liberada em dezembro.

Com essa parcela o calendário organizado pelo governo federal de pagamento se encerra. Ao todo foram nove parcelas distribuídas, sendo cinco no valor de 600 reais e quatro no valor de 300 reais. No caso de mães solteiras chefes de família, foram cinco parcelas de 1200 reais e quatro parcelas de 600 reais.

Segundo o governo federal, não há previsão de novas parcelas em 2021, mas caso a pandemia piore será avaliado um novo auxílio emergencial. Entretanto, para que haja novas parcelas precisaria compensar com corte em gastos públicos.

Na última terça-feira (26) o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou: “Quer criar o auxílio emergencial de novo? Tem que ter muito cuidado, pensar bastante, porque, se fizer isso, não pode ter aumento automático de verbas para educação, para segurança pública… É uma guerra. Vê se teve aumento de salário durante a guerra (na história), vê se teve dinheiro para saúde, educação… Não tem”.

O governo fala em esperar a piora de casos da covid-19. Entretanto, a média móvel já chegou a 1055 de mortes por dia, próximo ao pico de agosto de 2020, com regiões como Manaus passando agora pelo pior momento desde o início da pandemia.

A proposta de Guedes é condicionar o auxílio emergencial em 2021 ao corte de gastos em áreas fundamentais para o combate do vírus, como atacar o salários dos servidores públicos, entre eles os profissionais da saúde, e impedir o aumento de verbas para educação e saúde.

Enquanto o governo federal fala em falta de dinheiro e corte de gastos que atinge a população pobre, os gastos com compras desse mesmo governo sobe em 20% no último ano. Só em leite condensado, Bolsonaro gastou R$ 15 milhões em 2020, o que totalizaria 8 mil unidades do produto por dia no ano.

Bolsonaro e Paulo Guedes desde o início fazem demagogia com o auxílio emergencial, se utilizando dele para escalar na opinião popular. Agora, o auxílio serve de pretexto para precarização dos serviços públicos e para passada de reformas neoliberais.

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