O ator Wagner Moura, protagonista do filme Sergio, que estreou na Netflix no último dia 17, afirmou ao site Notícias da TV que pretende desmistificar o papel dos latino-americanos no cinema internacional. Moura é conhecido por conseguir reconhecimento mundial sem grande ajuda da TV Globo, da qual participou de apenas duas novelas.
“Acho que nós [latinos] somos muito subrepresentados na indústria cinematográfica americana”, disse Wagner, comentando que isso se reflete não apenas na falta de representação, mas também nos estereótipos reforçados. “É sempre a latina sexy, o cara violento, o traficante… Eu decidi virar produtor aqui com o único objetivo político de mudar isso.”
Wagner considera que a produção no filme Sergio, dirigido pelo norte-americano Greg Barker, é o primeiro passo nessa jornada. No filme, o ator interpreta o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello (1948-2003), figura importante na ONU e para o país.
O ator também elogiou o trabalho de Ana de Armas, que interpreta a economista argentina Carolina Larriera no último filme. “A primeira conversa que tivemos foi nesse sentido [de mudar a representação latina em Hollywood]. Ela vai interpretar Marilyn Monroe, um ícone americano”, coisa que Wagner considera de grande importância.
Ele também cita a atuação do mexicano Diego Luna em Star Wars, que trabalhou com o próprio sotaque. “Achei incrível”, disse Wagner.
“Isso tudo é muito importante! Mostra que podemos ir atrás de qualquer papel, sem voltar atrás para a nossa representação anterior”, opina o ator.
Wagner também produziu o filme Marighella, que teve estreia adiada para o dia 14 de maio após imbróglio com a Ancine (Agência Nacional de Cinema). Diante da pandemia de covid-19, contudo, provavelmente a data será modificada novamente.