Por Lúcia Rodrigues, Ibraspal.
A seleção argentina de futebol cancelou o amistoso que disputaria contra Israel, no próximo dia 9, na cidade de Jerusalém, na Cisjordânia ocupada.
A decisão foi tomada após os jogadores argentinos se reunirem com o presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino), Claudio Tapia.
A pressão internacional contra a realização da partida foi fundamental para demover o selecionado argentino de disputar a partida.
Um grupo de 70 crianças palestinas haviam enviado uma carta ao craque da seleção argentina e do Barcelona, Lionel Messi, pedindo para o jogador não participar da partida com Israel.
O presidente da Associação de Futebol Palestino, Yibril Rayub, também já havia encaminhado documento à AFA advertindo que Israel se aproveitaria do amistoso para fins politicos.
Vários protestos contra a realização do jogo começaram a pipocaram por vários países devido à carnificina praticada por Israel contra palestinos que participaram pacificamente da Grande Marcha do Retorno.
“Expressamos nossa imensa alegria e agradecimento a todas as pessoas e organizações que apoiaram e difundiram a campanha #ArgentinaNãoVá, e as diversas manifestações em diversos países”, comemorou o movimento BDS (Boicote, Sanções e Desenvestimentos) da Argentina, que liderou a pressão para a seleção não jogar com Israel.
A nota divulgada numa rede social, também agradece a equipe que vai disputar a Copa do Mundo na Rússia. “Agradecemos ao corpo técnico e aos jogadores da seleção por terem escutado nosso pedido.”
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“O Estado de Israel descumpre a resolução 194 das Nações Unidas, que estabelece que os refugiados palestinos podem voltar as suas terras de onde foram expulsos há 70 anos. Descumpre também a resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU, que ordena a retirada das forças de ocupação israelenses dos territórios ocupados desde 1967. Viola sistematicamente as convenções de direitos humanos e direitos das crianças. Israel descumpre a resolução da Corte Penal Internacional que o obriga a derrubar o muro do apartheid”, reforça a nota.
O documento destaca ainda a repressão imposta pelos israelenses aos palestinos cotidianamente. “O povo palestino sofre violações diárias. Bombardeios e assassinatos indiscriminados, inclusive de crianças, demolição de suas casas, bloqueio ao acesso de alimentos, medicamentos e insumos básicos para a vida.”