Através de uma nota emitida na sexta-feira (28), o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, reafirmou que não aceitará um novo mandato do brasileiro Paulo Abrão na Secretaria Executiva da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). A reportagem é do jornal O Globo.
“Eu reitero que de maneira alguma irei incorporar ou reincorporar um indivíduo que enfrenta 61 acusações pendentes”, disse Almagro no comunicado. “Para além da presunção de inocência, está ignorar a seriedade dessas denúncias”, acrescentou, referindo-se a um relatório sigiloso elaborado pela ombudsperson da OEA, Neida Pérez.
Paulo Abrão presidiu a Comissão da Anistia durante os governos de Lula e Dilma Rousseff.
A decisão gerou protestos da própria CIDH, de dezenas de organizações internacionais de defesa dos direitos humanos. Responsável pela medida adotada, Almagro tem forte apoio de Jair Bolsonaro e de governos de direita. Criada há 61 anos, a CIDH é responsável por monitorar o respeito aos direitos humanos nas Américas.