Por Diana Koch.
O secretário de Planejamento e Orçamento da UFSC, Vladimir Fey, confirmou na tarde desta quinta-feira o cancelamento da Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepex), conforme antecipado pela Apufsc na terça-feira. O maior evento de divulgação científica de Santa Catarina seria realizado entre os dias 17 e 19 de outubro, mas será suspenso por falta de recursos.
A informação havia sido antecipada pelo pró-reitor de Assuntos Estudantes, Pedro Barreto, em reunião com representantes do Sintufsc, da Apufsc e do DCE no dia 27.
Segundo Fey, essa e outras medidas serão revistas se o Ministério da Educação desbloquear os recursos que estavam previstos para a manter a universidade em funcionamento neste ano.
Em 17 edições, cerca de 15 mil trabalhos foram expostos para a comunidade, em um dos maiores eventos de divulgação científica do Estado, o que reforça o potencial da universidade em produção de conhecimento e o seu importante papel social.
A SEPEX é vinculada à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação. Em sua última edição, em 2018, recebeu mais de 20 mil visitantes, que interagiram com os mais de 1250 expositores de estandes. Além disso, são sempre ofertados para a comunidade diversos minicursos, palestras e apresentações artístico-culturais.
Impactos
A UFSC vem realizando ações para controlar os gastos e manter o funcionamento da instituição até o fim do ano. Contratos estão sendo renegociados e já foram demitidos 95 terceirizados, 35 vigilantes e 38 funcionários da limpeza, e outros 14 do Restaurante Universitário.
As aulas do curso de extensão de Português como língua de acolhimento também precisaram ser canceladas. O projeto que é oferecido para cerca de 60 imigrantes aos sábados foi suspenso devido aos bloqueios orçamentário do governo federal.
A universidade suspendeu ainda o financiamento de visitas técnicas, científicas e culturais. Na prática, a suspensão atinge as viagens que eram realizadas por meio de empresa terceirizada e não constam como obrigatórias no currículo.
“Por exemplo, se uma turma de engenharia de alimentos decide fazer uma visita técnica a uma indústria em Pomerode, nós não vamos mais poder ajudar. Ou então, um professor decide levar os alunos para um evento na universidade do Paraná ou para uma visita”, explica o coordenador administrativo do Departamento de Assuntos Estudantis, Hugo Leonardo Tuckumantel.
Na reunião de hoje, o pró-reitor de Assuntos Estudantis lamentou o bloqueio de verbas que vem prejudicando as atividades da universidade e que já causam um prejuízo acadêmico sem precedentes.