O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, conversou nesta terça-feira (02/03) com Juan Guaidó, ex-deputado venezuelano e autoproclamado presidente do país, sobre “aumentar a pressão” contra o governo de Nicolás Maduro.
Em nota oficial, o Departamento de Estado disse que “Blinken descreveu nossos esforços em trabalhar com aliados que pensam parecido […] para aumentar a pressão multilateral e pressionar por uma transição pacífica e democrática”.
Pelo Twitter, Blinken disse que discutiu “o apoio inabalável para a democracia venezuelana e nossos esforços em melhorar a vida do povo venezuelano”.
O norte-americano e Guaidó também conversaram sobre “necessidades humanitárias urgentes que forçaram quase 5,5 milhões de venezuelanos a fugir [do país]”.
A política de “pressão máxima” contra o governo do presidente Nicolás Maduro foi oficialmente adotada pelo ex-presidente Donald Trump, mas as sanções de Washington contra o país latino-americano começaram ainda na gestão anterior do democrata Barack Obama.
Desde 2014, a Venezuela sofre com um bloqueio econômico e financeiro imposto pelo governo dos EUA. O ponto de partida foi a aprovação da Lei 113/278 (“Lei Pública de Defesa dos Direitos Humanos e da Sociedade Civil) pelo Congresso dos Estados Unidos, que passou a ditar a política dos EUA em relação ao país sul-americano. Os bloqueios já causaram bilhões de dólares de prejuízo ao governo venezuelano.
Apesar de ter derrubado algumas sanções contra operações essenciais em portos e aeroportos na Venezuela, o governo Biden adota postura semelhante à da administração Trump mantendo uma política hostil contra Caracas.
O autoproclamado
Assim como a gestão de Trump, o governo Biden continua a reconhecer Guaidó como “presidente interino” da Venezuela.
Guaidó disse que os “Estados Unidos seguem sendo um dos nossos principais aliados para alcançar a transição”, em referência ao governo Maduro.
O reconhecimento como líder legítimo da Venezuela veio no governo de Donald Trump, depois que o então líder da Assembleia Nacional contestou os resultados das eleições presidenciais de 2018. Diversos países, a maioria aliados ocidentais dos EUA, reconheceram a liderança de Guaidó à época.
Entretanto, em janeiro deste ano, a União Europeia confirmou que deixou de considerar Guaidó como presidente interino da Venezuela e passou a reconhecê-lo apenas como membro da “oposição democrática”.
O bloco reforçou que vê Guaidó como um “interlocutor privilegiado”, apesar de uma recente resolução do Parlamento Europeu para que os governos da UE mantivessem a posição de tratá-lo como “chefe de Estado”.
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