Se eu fosse opositora

Português / Espanhol

 

Por Carola Chávez.

Se eu fosse opositora estaria desconcertada, talvez perdida, com a minha caçarola na mão  mas, sem aquela certeza convertida em impulso irreprimível, destroçador de panelas batendo com a concha … justamente a panela onde outrora teria cozinhado meu arroz com sabor.

Se eu fosse opositora estaria me perguntando aonde foi o medo, o terror que me mantivera insone durante meses, hiperventilando ataques de ansiedade –e não é para menos- ante a possibilidade certa, iminente, inevitável, de que meus filhos tivessem sido arrancados dos meus braços e levados a campos de doutrinamento em Cuba. Ameaça tantas vezes avisada pelos mesmos políticos que hoje se fazem de loucos, salvo que alguém lhes ordene que não se façam de tais.

Se eu fosse uma dessas opositoras que fugiu do país, não sem antes ter vendido a casa, o apartamento da praia, seus carros, seus móveis e sua batedeira, todo a preço de galinha morta, antes de o rrregime os expropiasse… Se eu fosse uma dessas pessoas que hoje se come cru a crise do capitalismo em um desses países onde pensaram, onde lhes dissera, que estariam mais seguros, onde seus filhos sim teriam futuro, onde não têm nada… Se eu fosse uma dessas pessoas me estaria fazendo um milhão de perguntas.

Se eu fosse uma dessas opositoras que aprendeu jurar pelo mais sagrado que o governo de Chávez não fez nada e que hoje tem que suportar dissimulações como a lei de missões, como a promessa, por falsa que for, de não mandar embora nenhum que seja dos empregados da atual PDVSA, os mesmos traidores que colocaram a andar a empresa, quando não era de todos, arrebentando as esperanças da gente decente e pensante de levar o país ao abismo. Essa xinga ambígua que não dissimula o pacote que confunde os já confundidos globovidentes… se eu fosse um deles me perguntaria se tudo o que faz este governo, que não faz nada, é ruim, porque nos promete Capri que vai continuar a fazê-lo?

Se eu fosse uma opositora dessas, convencida além de toda dúvida, de que a lista Soma-te, indecentemente chamada Tascón, os exclui embora durante todos estes anos se tenham forrado de dinheiro fazendo suculentos negócios com o governo… Se eu fosse uma dessas pessoas me perguntaria se na hora do aperto alguém vai me acreditar que não sou chavista, que eu sim assinei, que estou na lista Tascón, juro pela Virgem Dourada de Altamira, mas, este governo é tão bruto que nem para excluir corretamente serve… Vista a raiva com a que atuou a oposição quando se sentiu dona de um pouquinho de poder, visto os níveis de agitação coletiva a ponto de tentar linchamento, “vão ter que se comer os tapetes”, até ficaria nervosa, se eu fosse da oposição.

Se eu fosse opositora, faz tempo e por instinto de autopreservação, teria deixado de sê-lo.

Versão em portugués: https://www.facebook.com/amlapav.idiomas

 

Si yo fuera opositora

 

Por Carola Chávez.

 

Si yo fuera opositora estaría desconcertada, un tanto perdida, con mi cacerola en la mano pero sin aquella certeza convertida en impulso irreprimible, destrozador de ollas a punta de cucharonazos… justamente la olla donde otrora habría cocinado mi arroz saborizado.

Si yo fuera opositora me estaría preguntando a dónde fue el miedo, el terror que me mantuviera insomne durante meses, hipenventilando ataques de ansiedad -y no es para menos- ante la posibilidad cierta, inminente, inevitable, de que mis hijos hubiesen sido arrancados de mis brazos y llevados a campos de adoctrinamiento en Cuba. Amenaza  tanta veces avisada por los mismos políticos que hoy se hacen los locos a menos que alguien les ordene que no se hagan.

Si yo fuera una de esas opositoras que huyó del país, no sin antes vender su casa, su apartamento de playa, sus carros, sus muebles y su licuadora, todo a precio de gallina flaca, antes de que el rrrégimen se los expropiara… Si yo fuera una de esas personas que hoy se tragan cruda la crisis del capitalismo en uno de esos países donde pensaron, donde les dijeron, que estarían más seguros, donde sus hijos sí tendrían futuro, donde no tienen nada… Si yo fuera una de esas personas me estaría haciendo un millón de preguntas.

Si yo fuera una de esas opositoras que aprendió a jurar por lo más sagrado que el gobierno de Chávez no ha hecho nada y que hoy tiene que soportar disimulos como la ley de misiones, como la promesa, por falsa que sea, de no botar a ni uno solo de los empleados de la actual PDVSA, los mismos traidores que pusieron a andar a la empresa, cuando no era de todos, aplastando las esperanzas de la gente decente y pensante de llevar al país al abismo. Ese ambiguo tongoneo que no disimula el bojote pero que confunde a los ya confundidos globovidentes… Si yo fuera uno de ellos me preguntaría ¿Si todo lo que hace este gobierno, que no hace nada, es malo porqué nos promete Capri que lo va a seguir haciendo?

Si yo fuera una opositora de esas convencida más allá de toda duda de que la lista Súmate, indecentemente llamada Tascón, los excluye aunque durante todos estos años se hayan forrado de dinero haciendo jugosos negocios con el gobierno… Si yo fuera una de esas personas me preguntaría si a la hora de la chiquita alguien me va a creer que no soy chavista, que yo sí firmé, que estoy en la lista Tascón, se los juro por la Virgen Dorada de Altamira, pero este gobierno es tan bruto que ni para excluir bien sirve…. Vista la rabia con la que ha actuado la oposición cuando se han sentido dueños de una pizquita de poder, visto los niveles de agitación de colectiva a punto de intento de linchamiento, “se van a tener que comer las alfombras”, hasta me pondría nerviosa, si yo fuera de la oposición.

Si yo fuera opositora, hace rato y por instinto de autopreservación, habría dejado de serlo.

 

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