Por Douglas F. Kovaleski para Desacato. info.
A chamada Síndrome de Bournout, do inglês queimar a si mesmo, é a grande epidemia da era das terceirizações e da flexibilização das relações de trabalho. Essa condição, caracterizada por ansiedade e estresse relacionados diretamente com o trabalho, foi neste ano classificada pela OMS como síndrome. Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP estimou que 20 milhões de pessoas são afetadas no Brasil. Aproximadamente 20% dos trabalhadores do país sofrem desta doença, quando se leva em consideração apenas algum dos sinais – mas não o conjunto que indica a ‘queima total’ – tem-se que aproximadamente metade da força de trabalho do país afetada pela Síndrome.
Com mais de seis mil pessoas entrevistadas (21 e 65 anos) de diferentes cidades, ocupações e classes sociais. Quem mais sofre são as pessoas com menos de 30 anos, que têm menos recursos protetivos – como uma posição boa na hierarquia da empresa – e são menos propensos a encarar recomendações que fazem parte do tratamento, como largar o smartphone. Entre homens e mulheres, elas são as mais prejudicadas, o que certamente tem a ver com a jornada adicional de trabalho doméstico. Também conta o fato de elas ocuparem menos cargos de poder, o que gera uma sobrecarga por frustração, segundo a reportagem da Época.
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Especialistas e trabalhadores comuns relacionaram a alta prevalência à piora da rotina profissional nos últimos anos. Auxiliados pelos sistemas de metas para vários níveis de funcionários. Tudo isso sustentado por elevado índice de desemprego.
Como pode a classe trabalhadora sobreviver de maneira minimamente digna sem férias, sem décimo terceiro, sem direto a licença de saúde, sem sem um mínimo de proteção social assombrada pelo fantasma do sustento, pois o objetivo da maior parcela da população não é mais a de manter um emprego, mas de manter-se vivo de alguma forma.
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