São Paulo: risco de colapso na saúde leva sete regiões para a fase vermelha e 10 à fase laranja

Governo Doria admite que sistema de saúde pode colapsar em algumas semanas. Fase vermelha e laranja em São Paulo começa na segunda-feira

São Paulo já mais de 50 mil mortes e registra mais de 10 mil novos casos por dia. Situação pode levar a colapso na saúde em algumas semanas

Por Rodrigo Gomes.

O governador paulista, João Doria (PSDB), anunciou hoje (22) que sete regiões do estado de São Paulo vão passar para a fase vermelha da quarentena, em que só podem funcionar os serviços essenciais. Outras 10 passarão à fase laranja, mas terão um faseamento vermelho em horários específicos. A mudança vale a partir da próxima segunda-feira (25). A pandemia se agrava continuamente desde novembro do ano passado, mas nas últimas três semanas – na sequência das festas de fim de ano – houve uma disparada de novos casos e internações. E o governo agora teme que haja um colapso no sistema de saúde nas próximas semanas, se a situação não melhorar.

As regiões que vão à fase vermelha em São Paulo são: Barretos, Bauru, Franca, Presidente Prudente, Sorocaba e Taubaté. Marília já estava nesta fase desde a semana passada e vai permanecer nela. As demais regiões vão à fase laranja: Grande São Paulo, Araçatuba, Araraquara, Baixada Santista, Campinas, Piracicaba, Registro, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista e São José do Rio Preto. A partir das próximas classificações, serão consideradas em fase vermelha as regiões que chegarem a 75% de ocupação UTI. Antes, o índice era de 80%.

O que muda

Entre as mudanças apresentadas hoje, haverá uma fase vermelha temporária em São Paulo, nas regiões que estão na fase laranja. Entre 20h e 6h, nos dias úteis, e por todo os finais de semana, essas regiões passarão à fase vermelha. Nesse período, só os serviços essenciais poderão permanecer abertos. Durante a fase laranja, apenas bares deverão permanecer fechados. Os demais comércios e serviços podem funcionar com 40% de ocupação, 8 horas por dia e atendimento presencial até as 20h.

O mapa da quarentena no estado de São Paulo a partir da próxima segunda-feira

Segundo o secretário-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, João Gabbardo, o estado tem registrado uma morte a cada seis minutos. “Prevemos um cenário sombrio para os próximos dias. E, em algumas semanas, poderemos ter dificuldade em oferecer leitos de UTI para atender os pacientes de covid-19”, afirmou, confirmando o que a RBA noticiou na última quarta-feira (20).

Índices da pandemia

Segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, houve aumento de 79% nos novos casos em quatro semanas. Foram 10.023 por dia na última semana. A semana anterior teve recorde de novos casos em toda a pandemia, com 11.300 diários. Além disso, houve 25% de aumento nas internações em quatro semanas, com média diária de 1.664 novas internações. Esse cenário resultou em aumento de 96% nas mortes, com média de 218 por dia. Cenário que ainda não contempla o potencial de mortes que pode ser causado pela leva de casos das últimas duas semanas.

O estado de São Paulo está com 71,1% de ocupação de UTI. São 13.703 pessoas internadas, sendo 6.044 em UTI e 7.659 em enfermaria. Na Grande São Paulo, a ocupação de é de 71,6%. A pior situação é a da região de Marília, com 87,9% de ocupação de UTI, seguida de Franca, com 85,9%, e de Bauru com 84%. Além disso, 14 das 17 regiões tiveram grave aumento de novos casos e três registraram disparada nas mortes: Baixada Santista, Araçatuba e São José do Rio Preto.

Índices comprovam o agravamento da pandemia e o risco de colapso na saúde

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