São Paulo: As testemunhas de assassinatos pela PM correm risco de vida

Por Luis Nassif.

Chegou a hora do Ministério Público Estadual de São Paulo mostrar que é um poder independente. Por ocasião dos abusos da Polícia Militar nas passeatas, precisou a intervenção do Ministério Público Federal. Dois procuradores da República, de direitos humanos, correram até a delegacia para impedir abusos contra os jovens presos devido à delação do militar infiltrado.

Agora, tem-se um caso muito mais grave. A PM apossou-se dos arquivos do Condepe (Conselho de Direito da Pessoa Humana) a pretexto de investigar supostas ligações de um de seus membros com o PCC.

Não adianta, mais tarde, comprovar-se que foi uma armação da PM. Se copiaram os arquivos da Condepe, irão imediatamente atrás das testemunhas de crimes cometidos pela própria PM.

Trata-se de uma questão de vida ou morte.

Nos últimos tempos, a PM converteu-se em um poder político temível. Colocou seus P2 para vigiar até secundaristas que participaram das ocupações do ano passado. Tem um acervo macabro de execuções de pobres de periferia.

O acesso aos arquivos equivalerá  à Máfia ter acesso ao programa de defesa das testemunhas do FMI.

Não basta recuperar o computador. Tem que se rastrear quem copiou os arquivos e para onde remeteu. Está em jogo a vida de centenas de pessoas.

A resposta de Márcio Elias Rosa

Conversei agora com o Secretário de Justiça e Defesa da Cidadania, Márcio Elias Rosa.

Ele informou que a Secretaria tomou todos os cuidados para não expor as testemunhas. Apenas o computador do advogado suspeito foi recolhido. E tomou-se o cuidado da degravação ser feita apenas pela Polícia Civil, mantendo sob sigilo qualquer informação que não diga respeito ao caso em si.

Fonte: Jornal GGN

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