“São os trabalhadores”, poema de Raul Fitipaldi.

Para os tempos de pandemia e quarentena, os escritos, poemas, poesias, contos, fazem seu papel e por isso, hoje as palavras são do jornalista Raul Fitipaldi, interpretadas pela jornalista Claudia Weinman. Confira!

São os trabalhadores

Lá vão os trabalhadores.
Com as máscaras no rosto.
Com as garrafinhas d’água, uns levam álcool também.
Lá vão os trabalhadores, enchendo as avenidas.
E as trabalhadoras galhardas, garbosas, decididas.
Lá vão os trabalhadores rodeados de estudantes.
Lá vão os pretos e os brancos e os amarelos e os vermelhos, lá vão.
Os coletivos, os pobres, os majoritários lá surgem, marchando, cantando.
Olha filha! Olha eles, firmes, ágeis, fortes.
Lá vão os trabalhadores, são milhares,
dezenas de milhares, ocupam as estradas, as ruas e ruelas.
Aparecem trabalhadores dos becos mais escurosE das praças mais luminosas, aparecem gritando.
Olha filha, olha. São os trabalhadores.
Que dizes, que não estás vendo? Que já não estás aqui?
Se tu amas os trabalhadores… Lá vão eles, filha.
Vão até o fim da jornada, até a vitória. Os punhos alçados.
Que tu não enxergas? Onde estás que não os vês?
Acorda filha! Eles estão chegando à esplanada. Acorda.
Olha que bonita a maré de homens e mulheres, com suas máscaras, olha que bonitos, que imensas elas. Olha, por favor.
É verdade sim, não estou sonhando, não estou sonhando.
E tu estás aqui, comigo. Tu sempre estás.
Não digas que é um sonho, não digas que é um sonho.

Mais um momento de poesia, no Letras e Sentidos com Claudia Weinman.

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