Por Claudia Weinman, para Desacato. info.
O Movimento de Mulheres Trabalhadoras Urbanas comemorou ontem, dia 01 de maio de 2017, 13 anos de organização em São Miguel do Oeste/SC. Conforme uma das representantes do movimento, Maria Carmen Viero, todos os anos, no dia 01 de maio, o movimento organiza uma atividade para celebrar a organização convidando os demais movimentos, pastorais e sociedade para participar.
Carmen contou que há 13 anos o MMTU convocou às mulheres trabalhadoras domésticas para aderirem ao movimento e organizarem-se, considerando que o trabalho doméstico na sociedade machista nunca foi visto como “trabalho”. “Há 13 anos chamamos algumas mulheres para a organização porque estávamos fazendo luta pela aposentadoria das mulheres que trabalhavam em casa, sem carteira assinada. Depois disso, seguimos nos organizando e fazendo outras lutas necessárias para todas as mulheres urbanas”, disse ela.
Hoje a luta, segundo Carmen, envolve outras pautas além da aposentadoria, mas a igualdade de direitos, a justiça, contra a violência, entre outras. “Nesse contexto que vivemos no Brasil hoje é muito importante que as mulheres trabalhadoras urbanas estejam organizadas e em unidade com as demais organizações. Vivemos um golpe e o coletivo de mulheres segue discutindo esse contexto”, enfatizou.
Carmen falou ainda que o MMTU possui um encontro mensal, na segunda “segunda-feira” de cada mês, às 19h30, no salão paroquial. “Para quem deseja conhecer o movimento e integrar essa organização a gente convida para participar dos encontros e saber mais sobre as pautas que são discutidas”.
Formação
Durante o dia 01 de maio em São Miguel do Oeste, o MMTU realizou um momento de formação, com a convidada Liliane Araújo, que mediou a prosa sobre o contexto de violência praticada contra às mulheres historicamente e a relação disso com a sociedade que vivemos.
Entre os dados apontados por Liliane com base em pesquisas realizadas no Brasil, a cada uma hora e meia, uma mulher é assassinada no país. A cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas e apenas 10% dos casos de estupro chegam até às delegacias. Essas foram apenas algumas das informações mostradas pela assessora, que seguiu o diálogo mostrando que a violência também acontece de outras formas, como no caso da violência psicológica que têm adoecido muitas mulheres ao longo da história.
Liliane também falou sobre a grande parcela de deputados que possuem as propostas mais violentas contra as mulheres e que tem sido os mais votados. “A nossa sociedade é muito violenta, não se importa com a violência praticada contra nós mulheres”. Além da exposição feita por Liliane, também foi aberto espaço para perguntas e outras análises sobre o feminismo e a luta contra a sociedade de classes.
No vídeo, você acompanha o momento de mística, realizado na abertura do encontro do MMTU, no dia de ontem.
Imagens vídeo: Julia Saggioratto.
Foto na matéria: Pedro Pinheiro.