Por Agência Sebrae
Presidente do Sebrae, Décio Lima, em entrevista para a ASN fala que 2024 ainda será um ano de muito trabalho, mas se consolidará como um marco para o país. E afirma que os pequenos negócios do estado são protagonistas na distribuição de renda.
O ano de 2023 terminou com um balanço positivo na economia, com geração de empregos e inflação controlada. O que ainda é preciso avançar em 2024?
DL: Eu acredito que será o ano da consolidação que estabelecerá um marco regulatório na vida do povo brasileiro, com os impactos econômicos, não só aqueles observados pelos números da bolsa de valores, das regras que submetem a economia global, mas com resultados fantásticos na melhoria da vida das pessoas, com a empregabilidade que o Brasil caminha para consolidar este ano um país que não vai ter mais a convivência com o abismo do desemprego, como recentemente estávamos.
Portanto, esse é o ano que eu poderia dizer que será o marco regulatório da história e da vida do nosso povo com os valores econômicos que vão trazer a nossa gente a possibilidade de darmos um salto qualitativo do ponto de vista da vida de todo o povo brasileiro.
Teremos um país que vai recuperar a forma de uma renda cidadã que permita que os empreendedores e trabalhadores, em todos os setores, possam estar inseridos dentro do razoável e o mínimo de cidadania, um país que vai com certeza consolidar novamente a expectativa que o próprio governo do presidente Lula e do vice Geraldo Alckmin tem se dedicado no sentido de sairmos definitivamente do mapa da fome e da miséria.
O que garante esta certeza?
DL: Essas afirmações, elas se revelam de forma muito concreta nos números da economia que recentemente surpreenderam, inclusive o próprio FMI com o crescimento do PIB que o Brasil alcançou, superávit da nossa balança comercial brasileira de toda a história, com um processo de retomada da industrialização, mas dentro de um novo modelo que ficou conhecido como neoindustrialização, uma industrialização que está inserida no contexto dessa revolução que todos nós vivemos, da inovação, da inteligência artificial.
O que pode se esperar o âmbito do meio ambiente e da sustentabilidade do segmento da micro e pequena empresa?
DL: O Brasil volta também a cuidar do seu grande patrimônio, que é o patrimônio da proteção do planeta, das condições ambientais, retirando do contexto econômico a péssima economia destrutiva, e com isso nos leva a ter também uma sinergia com o conceito mundial da sustentabilidade. Além disso, a liderança clara que o Brasil passou a ter. No Mercosul, com a presidência exercida pelo presidente Lula; no G20, nos Brics, e que isso trouxe algo também que surpreendeu a todos aqueles que têm olhado a economia com lupa.
Surpreendeu porque o Brasil alcançou o patamar de sermos o segundo país do mundo que mais recebe investimentos internacionais e que isso com certeza traz a garantia de termos uma musculatura forte para nos levar aos patamares que com certeza esse ano vão apontar para a economia brasileira e para o povo brasileiro.
E como o estado de Santa Catarina está inserido neste contexto econômico. E o que os catarinenses podem esperar da atuação do Sebrae?
DL: As micro e pequenas empresas e os microempreendedores individuais no estado de Santa Catarina correspondem a quase 1 milhão de negócios. São 585 mil MEIs, 379 mil médias empresas (MEs) e 80 mil empresas de pequeno porte (EPPs). São nas cidades que as vidas das pessoas acontecem, onde a maioria dessas empresas se estabelecem. Portanto, nós somos um conceito vivo dessa expressão resiliente da economia brasileira que são justamente os pequenos pulverizados no nosso estado de acordo com a sua regionalidade própria. O estado é um retrato fantástico desta pluralidade e com o desenvolvimento local nos 295 municípios catarinenses.
Portanto, o Sebrae Nacional tem Santa Catarina como um paradigma de apoio no sentido de fortalecer esse setor, de oferecer crédito, como agora vamos oferecer com a maior carteira de crédito já prestada pela história do Sebrae, com fundo garantidor envolvendo todos os órgãos financeiros tanto do governo federal como regionais e também do sistema cooperativado. Nós estamos, por exemplo, nesse momento, prestes a lançar um pacote de R$30 bilhões e que o público-alvo de um milhão de pequenas empresas em Santa Catarina poderão ser beneficiados com acesso fácil ao crédito.
Portanto nós vamos estar num momento singular também da história econômica de Santa Catarina. E o Sebrae Nacional junto com o Sebrae de Santa Catarina vamos ampliar ainda mais os nossos programas. Programas que hoje já tocam a vida do espírito empreendedor catarinense, que transformam os modelos econômicos, fazendo com que nós possamos ter uma garantia da presença do Sebrae em todos os espaços territoriais, como é o caso da nossa atuação já hoje, que precisa ser ampliada e fortalecida em várias regiões do nosso Estado. O Sebrae -SC fechou o ano de 2023 com números históricos de atendimento. Foram mais de 1.400.000 atendimentos realizados e mais de 321 mil micro e pequenos negócios atendidos. O percentual de empresas atendidas é 37% superior ao ano passado, em que o total foi 234 mil empresas.
Em relação ao empreendedorismo, você acredita que diante do que foi plantado no passado é o momento da colheita, é o momento de mais otimismo?
DL: Não só disso, mas para que a gente possa ampliar esse espírito que hoje faz parte da cultura do povo brasileiro que é ser empreendedor. As pesquisas nos mostram que 60% da população brasileira deseja ser empreendedor. O estado de Santa Catarina alcançou um marco significativo, registrando um acréscimo de 82,6 mil novos empregos em comparação ao ano anterior. E a economia se pulveriza. Na medida que ela se fraciona em pequenos negócios, ela também traz um resultado efetivo de distribuição de renda, de riqueza, e essa é a tarefa que nós temos pela frente num caminho seguro de garantir um processo econômico que minimamente e razoavelmente distribua aquilo que é produzido neste país que reúne tantas riquezas que é incomparável com qualquer outro lugar do mundo.
São os pequenos negócios, são os MEI, são as micro e pequenas empresas que, portanto, garantem uma efetiva distribuição de renda que permitiu, em passado recente, uma resiliência fantástica de superação que o Brasil teve com os desgovernos que nós tivemos, com as crises institucionais. Com as crises econômicas, inclusive do mundo globalizado, foram justamente os pequenos.
Esse setor que se revela cada vez mais imprescindível para o modelo de economia que o Brasil oferece numa dinâmica extraordinária que tem possibilitado a sobrevivência de milhões de brasileiros que acordam de manhã e produzem os seus negócios de acordo com a sua vocação regional, com a sua inteligência, com a sua criatividade, produzindo renda e fortalecendo a economia brasileira.
Então agora é colher o que foi plantado em 2023?
DL: 2024 promete ainda ser um ano de muito trabalho. Eu acredito que nós não podemos dissociar a grandeza do Brasil com o espírito empreendedor do trabalho para todos nós. O trabalho tem mostrado claramente de que é um esforço importante e imprescindível para todos aqueles que principalmente têm funções como a nossa aqui no Sebrae, de protagonizar a porta de esperança para milhões de pessoas que ainda precisam ser abraçadas.
Nós vamos ter um ano, portanto, com certeza de muito trabalho, de muita dedicação, de forma muito apaixonante para podermos trazer números significativos de milhões de brasileiros principalmente que precisam se formalizar, que precisam se estruturar para adquirir segurança naquilo que produzem nos seus pequenos negócios.