Para comemorar seu aniversário de 7 anos, o Samba de Terreiro de Florianópolis vai realizar durante todas as terças-feiras de janeiro as suas já tradicionais rodas de samba que contam, também, um pouco das histórias do nosso samba. Essas rodas vão acontecer sempre aos fins de tarde na Escadaria do Rosário, com o intuito de levar música, cultura e informação para a comunidade de Florianópolis. Na primeira edição, de 09 de Janeiro, será feita o relançamento do livro “Escola de Samba: a árvore que esqueceu a raiz”, dos sambistas Antonio Candeia Filho e Isnard Araújo
Desde janeiro de 2017 que o Samba de Terreiro vem ocupando espaços públicos do centro de Florianópolis, oferecendo cultura gratuita. O projeto é uma reunião de sambistas e formadores de opinião na área da história do samba antigo das escolas. Os músicos cantam em rodas de samba a história do Samba de Quadra, ou também conhecido como Samba de Terreiro. É um grande esforço dos músicos, da Velha Guarda da Copa Lord, de pesquisadores e amantes do samba para colocar na rua parte importante da identidade cultural brasileira. As apresentações acontecem sempre em eventos abertos ao público, que acontecem em horário de fácil acesso para a população da cidade.
E, para iniciar as comemorações deste importante projeto, no dia 09, a primeira roda do ano, será acompanhada do relançamento do livro: “Escola de Samba: a árvore que esqueceu a raiz”. Este livro, dos sambistas Antonio Candeia Filho e Isnard Araújo, estava esgotado desde o final dos anos 70 do século passado e foi relançado recentemente. Trata-se de uma das obras críticas fundamentais sobre o desenvolvimento das escolas de samba como conhecemos hoje.
O livro “Escola de Samba: árvore que esqueceu a raiz”, lançado em 1978 pelos autores portelenses Antônio Candeia Filho e Isnard Araújo, foi um alerta na época e continua muito atual nos dias de hoje. Quarenta e cinco anos de sua primeira publicação, este livro permanece atual, dialogando com as principais questões da Festa de Momo, com questões estruturais colocadas na sociedade brasileira como o racismo, a valorização da cultura popular, da arte negra, das escolas de samba e da desigualdade social.
Candeia, um dos autores do livro, é uma lenda no mundo do samba. Autor de diversos sambas de terreiro e sambas enredo nas décadas de 1950/60. Em 1965, sofreu um acidente que o colocou numa cadeira de rodas o que resultou num volume significativo de composições. Nos anos 70, suas composições abrangeram outros tipos de samba, como samba canção, samba choro, samba calangueado, resgatou ritmos esquecidos como caxambu, samba de roda, pontos de macumba e muito improviso de partido alto.
Em 1975 fundou, junto com os compositores Nei Lopes, Neizinho , Wilson Moreira e Mestre Darcy do Jongo, o Grêmio Recreativo de Arte Negra Escola de Samba Quilombo, que nunca se filiou a nenhuma liga carnavalesca nem participou de nenhum desfile competitivo. Candeia foi um defensor da tradição no samba.
O livro de Candeia e Isnard é uma carta de como conduzir uma Escola de samba, que todos do mundo do samba deveriam ler e aplicar na sua trajetória no mundo do samba.
O relançamento do famoso livro “Escola de samba, a árvore que esqueceu a raiz”, pelo Selo Carnavalize veio atender a uma grande expectativa do mundo do samba no Brasil inteiro. O Projeto Samba de Terreiro tem a honra e o prazer de convidar a todos a participarem do seu lançamento em Florianópolis, que contará com a presença do músico e compositor Tuco Pellegrino, direto de São Paulo e dos já consagrados na cidade, músicos do Projeto. O evento é uma parceria do Projeto Samba de Terreiro com a Editora Carnavalize e a Fundação de Cultura de Florianópolis Franklin Cascaes.
7 Anos do Samba de Terreiro em Janeiro
Data: Terças-feiras de Janeiro (09, 16, 23 e 30)
* em caso de chuva, o evento será transferido para a semana seguinte
Horário: 18h às 20h
Local: Escadaria do Rosário – Centro, Florianópolis
Evento gratuito
