O Samba de Roda do Recôncavo baiano passa a ser Patrimônio Cultural Imaterial do estado depois que o governador Rui Costa decretou o reconhecimento da manifestação musical no Livro de Registro Especial das Expressões Lúdicas e Artísticas, com publicação no Diário Oficial da Bahia nesta quinta-feira (5).
A arte é conhecida como uma das joias da cultura brasileira, por sua beleza, perfeição técnica, humor e poesia, e pelo papel importante que vem desempenhando nas próprias definições da identidade nacional.
Os estudos para a patrimonialização do Samba de Roda foram produzidos pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac). Após a conclusão, o órgão encaminhou o material ao Conselho Estadual de Cultura (CEC) para que fosse apreciado e encaminhado à Casa Civil para homologação do governador.
O Samba de Roda é reconhecido como patrimônio pelo IPHAN desde 2004 e como Obra Prima da Humanidade pela UNESCO desde 2005. Agora é também reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do estado da Bahia.
“Fazer o reconhecimento deste bem cultural é valorizar, estudar, registrar e divulgar, promovendo, assim, a sua continuidade, reprodução e transmissão às novas gerações, pois essa manifestação traz na sua constituição as marcas identitárias de povos que fizeram parte do processo civilizatório de constituição da nação brasileira, e que ainda hoje rememora, por meio de suas marcas culturais, todo o esplendor de uma cultura marcada por lutas históricas, memorizada e revelada através de seus ritos”, declara Nívea dos Santos, Gerente de Patrimônio Imaterial do IPAC.
De acordo com ela, o Samba de Roda do Recôncavo merece este reconhecimento por ser uma referência cultural, ter uma continuidade histórica consistente, possuir uma singularidade comprovada, apresentar um dinamismo vibrante, além de contribuir para a memória e identidade do povo da Bahia.
“As atribuições do IPAC após a patrimonialização, através do Registro Especial, não se encerram neste ato, pois a valorização do capital simbólico e cultural da titulação é o primeiro passo para uma política pública mais ampla”, explica Nívea. Além do reconhecimento cultural e produção de conhecimento do bem registrado, o patrimônio imaterial reconhecido poderá participar de editais culturais e convênios.