Por Victor Farinelli.
Como Olavo de Carvalho no governo Bolsonaro, Goebbels foi responsável por promover a ideologia do regime nazista, mas o alemão tinha efetivamente um cargo no governo e era doutor em Filosofia formado pela Universidade de Heideberg, ou seja, era um filósofo de verdade.
“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional (…) profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”, disse o secretário de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, em vídeo divulgado nesta quinta-feira (16). As palavras de um dos protegidos de Olavo de Carvalho no governo remete às ideias do mais conhecido funcionário do governo nazista de Adolf Hitler, o ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, que disse “a arte alemã da próxima década será heroica (…) e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”.
Para entender melhor a proporção dessa referência é preciso entender quem foi Joseph Goebbels e sua importância para o governo nazista.
Talvez soe exagerado dizer que Goebbels foi uma espécie de Olavo de Carvalho do regime nazista. Ambos foram os responsáveis por promover a ideologia dos seus respectivos regimes, mas o alemão tinha efetivamente um cargo no governo, e em termos de formação nem se fala, Goebbels era doutor em Filosofia formado pela Universidade de Heideberg, ou seja, era um filósofo de verdade.
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Com seu conhecimento filosófico, foi responsável por promover o discurso nazista carregado de antissemitismo e superioridade da raça ariana, além de popularizar as teorias conspiratórias de que os judeus pretendiam dominar o mundo e a Alemanha, assim como as de Olavo com relação à esquerda e ao PT. As teorias de Goebbels serviram para justificar o extermínio dos judeus no Holocausto.
Goebbels também foi o responsável por promover a estética nazista, parecida à usada por Alvim em seu vídeo. Alguns elementos desse padrão podem ser observados nos filmes que encomendou à também famosa diretora Leni Riefenstahl, como “O Triunfo da Vontade”, sobre a ascensão do regime nazista.
Entre as frases mais conhecidas de Goebbels estão “Nós não falamos para dizer alguma coisa, mas para obter um certo efeito. Uma mentira contada mil vezes, torna-se uma verdade”. Outra importante citação é a que diz “é preciso fazer o povo acreditar que a fome, a sede, a escassez e as doenças são culpa dos nossos opositores, e fazer que nossos simpatizantes repitam isso o tempo todo”.
Goebbels era realmente um fanático do regime para o qual trabalhava, como recorda o filme “A Queda” (2004), que mostra os últimos momentos da Alemanha de Hitler. Ao perceber que os alemães estavam derrotados na Segunda Guerra e eram obrigados a se render, o ministro decidiu assassinar a esposa e os seis filhos, e cometer suicídio. Em uma nota suicida, sua esposa Magda conta que ela concordou com a decisão e que o casal não suportava a ideia de que os filhos crescessem em um país sem os nazistas.